"Esta guerra é impossível de vencer", disse ele a repórteres na sede do órgão mundial em Nova York, "mais cedo ou mais tarde, terá que passar do campo de batalha para a mesa da paz" disse.
"É hora de parar com essa guerra absurda, o bombardeio de hospitais, escolas, prédios residenciais e abrigos", disse ele, alertando que "a Ucrânia não pode ser conquistada cidade por cidade, rua por rua, casa por casa", relacionando com a cidade de Mariupol, que foi bombardeada e amplamente destruída pelas forças russas.
Guterres considerou que a guerra, que eclodiu com a invasão da Ucrânia lançada pela Rússia em 24 de fevereiro passado, "não vai a lugar nenhum, tão rápido".
Além do "inferno" que os ucranianos estão vivendo - 10 milhões de pessoas foram deslocadas em menos de um mês de conflito - "as consequências estão sendo sentidas em todo o mundo com os preços dos alimentos, energia e fertilizantes devido as nuances que ameaçam desencadear uma crise de fome mundial", afirmou.
Nesta quarta-feira, uma reunião especial da Assembleia Geral da ONU foi convocada por um grupo de países, a 11ª desde o início da invasão russa da Ucrânia iniciada em 24 de fevereiro. Espera-se que seja votada uma nova resolução sobre as consequências humanitárias do conflito, proposta pelo México e pela França e que até agora tem 66 copatrocinadores.
Em 2 de março, 141 países votaram a favor de outra resolução condenando a invasão russa contra 35 abstenções (incluindo China, Cuba, Nicarágua, El Salvador, Bolívia, Índia, Irã, Iraque, Cazaquistão ou Paquistão) e cinco votos contra (Coreia do Norte , Síria, Belarus, Eritreia e a própria Rússia).
A resolução atual do México e da França é contestada pela Rússia e vários de seus aliados, que não querem que o nome do país apareça no texto, alegando que isso o "politiza".
A África do Sul, que se absteve na votação de 2 de março, apresentou um projeto de resolução alternativo, no qual a Rússia não é mencionada.
Segundo diplomatas consultados pela AFP, o texto sul-africano é "muito semelhante a um texto" que a Rússia pretende colocar à votação, também na quarta-feira, em reunião paralela do Conselho de Segurança, onde tem direito de veto.
Dada a falta de apoio, a Rússia desistiu na semana passada em várias ocasiões de colocá-lo em votação.
Um diplomata europeu, que pediu anonimato, disse à imprensa na segunda-feira que é necessário "isolar a Rússia" e que países como a China "se distanciem" de Moscou.
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