Jornal Estado de Minas

CAIRO

Presidente do Egito se reúne com líderes de Israel e Emirados

O presidente do Egito, Abdel Fattah al Sissi, recebeu nesta terça-feira (22) os líderes israelense e emiradenses, uma cúpula tripartite incomum em um momento em que a guerra na Ucrânia afeta os mercados de energia e alimentos e quando as as principais potências abordam posições sobre um novo acordo para o programa nuclear iraniano.



A reunião, que aconteceu em Sharm el-Sheij, uma cidade balnear no Mar Vermelho, se concentrou "especialmente na segurança energética e alimentar" no contexto da guerra na Ucrânia, segundo o porta-voz presidencial Basam Radi.

O Egito, que importa 85% de seu trigo e 73% de seu óleo de girassol da Ucrânia e da Rússia, foi muito afetado pelo aumento sem precedentes dos preços dos cereais e do petróleo após a invasão russa.

Na segunda-feira, a libra egípcia perdeu quase 17% de seu valor, segundo o banco central do país.

Egito, Israel e Emirados são aliados dos Estados Unidos, mas também mantêm relações com a Rússia. Sua posição se manteve cautelosa com a guerra na Ucrânia.

A reunião tripartite de Sharm el-Sheikh é a primeira de seu tipo que reúne os três líderes.

O Egito foi o primeiro país árabe a assinar um tratado de paz com Israel em 1979, mas nunca normalizou suas relações com o país devido ao forte apoio de sua população à causa palestina.



Os Emirados Árabes Unidos normalizaram suas relações com Israel em 2020, como parte dos Acordos de Abrãao, assinados sob mediação dos Estados Unidpos, o qual permitiu uma normalização que vai "além das questões de segurança", afirma o professor de ciências políticas da Universidade do Cairo, Mostafa Kamal Sayed.

Bennett se reuniu com o presidente Al Sissi em setembro, na primeira visita de um chefe de governo israelense ao Egito em 10 anos e visitou os Emirados em dezembro de 2021.

A cúpula também acontece como pano de fundo das negociações entre Irã e as principais potências sobre o programa nuclear iraniano.

Em declarações publicadas nesta terça-feira pelo jornal israelense Yediot Aharonot, Bennett reiterou que, se um acordo for alcançado, não será vinculante para Israel.

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