Mesmo em Varsóvia (capital da Polônia) há 20 dias, o músico mineiro Jammes Pires de Castro, de 32 anos, natural de Frutal, no Triângulo Mineiro, continua em missão de ajuda humanitária aos ucranianos, mas de uma outra forma: agora, enviando quantias em dinheiro, juntamente com seu grupo (outros quatro ucranianos). Eram outros cinco, mas um deles, uma ucraniana, teve um colapso mental e precisou, temporariamente, abandonar a missão.
Antes da guerra, Jammes morava em Kiev (capital da Ucrânia), e após fugir, devido aos bombardeios russos, esteve durante 15 dias em missão de ajuda humanitária em Lviv (cidade a oeste da Ucrânia e perto da fronteira com a Polônia), onde ajudava os ucranianos com mantimentos, a cruzar a fronteira, a sair de suas casas, situadas em zonas de perigo, e também, juntamente com o seu grupo, a convencer aqueles que resistem em não fugir de suas casas.
“Neste momento, grande parte dos ucranianos não está trabalhando, eles estão na zona de guerra e o dinheiro deles está acabando. Por exemplo, recentemente, eu vi um músico tocando no centro de Varsóvia, ele toca violino e cheguei nele e disse: eu quero te ajudar, onde que eu mando o dinheiro para ajudar a sua família. Ele me passou os dados; então a gente faz isso”, contou Jammes Castro, que é empresário, produtor musical, compositor, multi-instrumentista e arranjador.
“Eles (os ucranianos refugiados) estão sem casa, sem sonhos e num país estrangeiro onde não falam a língua. Eles entendem, por exemplo, o polonês, mas é bem diferente aqui (Polônia) – além de outros países que os ucranianos estão refugiados – da cultura deles”, complementou Jammes.
Ele ainda ressalta que vivenciou, depois de conversar com vários ucranianos refugiados, que os mesmos têm uma grande vontade de voltar para o país deles.
“A Ucrânia tem cerca de 50 milhões de pessoas e aproximadamente 3 milhões fugiram da guerra para outros países. A maioria quer ficar na terra deles e eu admiro muito eles por isso".
Colapso mental
O músico mineiro contou também que, recentemente, uma ucraniana que trabalhava em seu grupo de ajuda humanitária teve um colapso mental e decidiu ir para a Austrália, onde ela tem família.
“Numa zona de guerra é muito estresse. Já foram mais de 50 pessoas diretas que demos assistência nesta operação em que atuo, mas indiretamente foram muito mais. Para ajudar esse povo tem que ter um acompanhamento a longo prazo e uma coisa que a gente está precisando agora é de caminhão, carros e veículos 4X4 para ajudar as pessoas a evacuarem", ressaltou.