Um homem do País de Gales, no Reino Unido, é a primeira pessoa do mundo a conseguir a cura da COVID-19 com a vacinação preventiva. Durante sete meses, Ian Lester, de 37 anos, conviveu com o vírus no corpo. Até que, em um tratamento com duas doses do imunizante da Pfizer, o galês conseguiu resultado negativo para o vírus.
Conforme o artigo do "Journal of Clinical Immunology", foi a primeira vez que a tecnologia de mRNA, presente na vacina, foi usada para curar uma infecção persistente por COVID-19. Cientistas aguardam o resultado de outros pacientes para conferir a eficácia do imunizante como ação preventiva.
Entenda o caso
Lester tem a Síndrome de Wiskott-Aldrich (SWA), que causa uma imunodeficiência genética rara. Assim que contraiu a COVID-19 em um ambiente de trabalho, o vírus continuou em seu corpo por vários meses.
“Embora a maioria das pessoas consiga parar de se isolar após dez dias de contrair o vírus, eu fui uma exceção à regra. Meses se passaram, o que parecia uma vida inteira quando você não podia ir a lugar nenhum ou ver amigos ou familiares”, contou ao jornal da Universidade de Cardiff, onde fez o tratamento.
Ele disse também que os sintomas pioram quanto mais tempo o vírus fica no corpo. “Isso incluiu fadiga extrema, falta de sono, dores de cabeça e aperto no peito. Cada teste positivo me deixava mais desanimado e ansioso”.
O galês teve o acompanhamento de profissionais do Centro de Imunodeficiência do País de Gales, localizado na Universidade de Cardiff, onde médicos propuseram a vacina como forma de curar o paciente da doença.
Assim, Ian recebeu as duas doses da vacina da Pfizer em um período de 21 dias. Após 72 dias da primeira imunização, o resultado para COVID-19 do galês foi negativo.
Conforme o professor Stephen Jolles, líder clínico do Centro de Imunodeficiência do País de Gales, o imunizante provocou um aumento na produção de células T, responsáveis por produzir uma resposta imunológica contra o vírus e anticorpos.
Além disso, o cientista Mark Ponsford, também da Universidade de Cardiff, apontou que o corpo de Lester foi tolerante à vacina da Pfizer. “A resposta de Ian às vacinas convencionais no passado foi extremamente limitada”, completa.
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