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Estado de Minas NAÇÕES UNIDAS

Assembleia da ONU exige pela segunda vez fim imediato das hostilidades russas na Ucrânia


24/03/2022 16:09

A Rússia voltou a ficar isolada nesta quinta-feira (24) na Assembleia Geral da ONU, onde atuou para evitar a aprovação de uma resolução, a segunda em menos de um mês, que pede a "interrupção imediata" das hostilidades russas na Ucrânia e o fim dos ataques contra civis.

Com 140 votos a favor, 5 contra e 38 abstenções, a comunidade internacional aprovou esta nova resolução apresentada pela Ucrânia, sobre as "consequências humanitárias da agressão" russa, que em menos de um mês provocou o deslocamento de 10 milhões de pessoas, 3,5 milhões das quais refugiadas no exterior, metade delas crianças.

A resolução "pede a interrupção imediata das hostilidades pela Rússia contra a Ucrânia, em particular os ataques contra civis e alvos civis", assim como a "proteção de civis, pessoal humanitário, jornalistas e pessoas em situação de vulnerabilidade, como mulheres e crianças".

Além de condenar "todas as violações da legislação humanitária internacional", o texto de 4 páginas "reitera" o apelo do secretário-geral da ONU, António Guterres, para que a Rússia "retire imediata, completa e incondicionalmente" todas suas forças militares do território da Ucrânia.

Esta é a segunda derrota consecutiva sofrida pela Rússia na ONU, depois que uma resolução apresentada pelo país na véspera, também sobre a situação humanitária, foi rejeitada no Conselho de Segurança. Apenas os representantes de Moscou e Pequim votaram a favor, enquanto os outros 13 membros se abstiveram.

Em 2 de março, em uma decisão histórica, 141 países votaram a favor de outra resolução de condenação da invasão russa, enquanto 35 se abstiveram e 5 foram contrários.

Nos dois casos, a Rússia recebeu apoio de Belarus, Coreia do Norte, Eritreia e Síria. A Venezuela está sem direito a voto por falta de pagamento de suas contribuições.

No entanto, diferente do Conselho de Segurança, as resoluções da Assembleia não são vinculantes.

- "Politização" -

Em meio a um pequeno caos, os delegados rejeitaram uma segunda resolução sobre a situação humanitária, proposta pela África do Sul e copatrocinada pela China, apesar da oposição do embaixador ucraniano, Sergiy Kyslytsya.

O texto não mencionava a Rússia, que sempre defendeu que citar seu nome é "politizar" o conflito. Seus críticos, porém, consideram que não mencionar o país é "colocar o agressor e o agredido no mesmo nível".

A resolução foi recusada por 67 votos contra, 50 a favor e 36 abstenções. Apenas 153 nações votaram, em comparação com 183 da primeira.

"Nunca foi produto de consultas com a Ucrânia nem consultas regionais", diferente do texto que a França e o México preparavam há semanas, protestou Kyslytsya, que acusou a Rússia de estar por trás da iniciativa sul-africana para "minar" a autoridade da Assembleia.

Já a representante sul-africana alegou que "há uns poucos países poderosos que fizeram parte deste conflito na forma de guerras por delegação em outros países", pelos quais a "África sofreu seus resultados destrutivos", disse.


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