Jornal Estado de Minas

BRASÍLIA

Ministro da Educação será investigado por tráfico de influência

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia autorizou nesta quinta-feira (24) a abertura de um inquérito contra o ministro da Educação, Milton Ribeiro, por suposto tráfico de influência para favorecer aliados políticos de pastores evangélicos.



"A gravidade do quadro descrito é inconteste e não poderia deixar de ser objeto de investigação imediata, aprofundada e elucidativa sobre os fatos e suas consequências, incluídas as penais", escreveu a ministra do STF em sua decisão.

A ministra atendeu a um pedido do Ministério Público para investigar "se pessoas sem vínculo com o Ministério da Educação atuaram para liberar recursos" do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.

O escândalo estourou quando a Folha de São Paulo revelou na noite de segunda-feira o conteúdo de um áudio em que Ribeiro, pastor evangélico, assegurou que, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, daria prioridade à liberação de recursos para a educação em municípios governados por "amigos" de dois pastores influentes.

"A minha prioridade é atender, em primeiro lugar, aos municípios que mais precisam e, em segundo lugar, atender a todos aqueles que são amigos do pastor Gilmar", disse Ribeiro durante uma reunião em que teriam participado os prefeitos e pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, que segundo o jornal teriam grande influência dentro do governo.

"Foi um pedido especial que o presidente da República me fez", acrescentou.

Ribeiro rejeitou as acusações de tráfico de influência e garantiu em nota que Bolsonaro "não pediu atenção preferencial para ninguém".

Nesta quinta-feira, em sua live semanal no Facebook, Bolsonaro defendeu o ministro, afirmando botar "minha cara toda no fogo pelo Milton" e que "estão fazendo uma covardia com ele".