"Na questão mais importante, coincidimos. Ambos estamos comprometidos, estamos determinados a que o Irã nunca terá uma bomba nuclear", afirmou Blinken à imprensa em Jerusalém, ao lado do ministro israelense das Relações Exteriores, Yair Lapid.
Segundo Blinken, o presidente americano, Joe Biden, acredita que "o retorno a uma implementação plena" do acordo "é a melhor forma de pôr o programa iraniano de volta à estrutura, da qual escapou quando os Estados Unidos se retiraram do acordo", em 2018, durante o governo de Donald Trump.
Já Israel vê com maus olhos um possível acordo sobre o programa nuclear iraniano, seu principal inimigo.
"Temos divergências sobre o programa nuclear e sobre suas consequências, mas estamos abertos a um diálogo aberto e honesto", disse Lapid.
"Israel e os Estados Unidos trabalharão juntos para evitar que o Irã obtenha uma arma nuclear, mas, ao mesmo tempo, Israel fará o que for preciso para deter o programa nuclear iraniano", frisou.
- Sanções contra Guardiães da Revolução -
Também neste domingo, os Estados Unidos informaram que vão manter sanções contra a Guarda Revolucionária do Irã, mesmo que se chegue a um acordo com Teerã para limitar o programa nuclear deste país, anunciou o enviado especial de Washington para estes assuntos, Robert Malley, no Fórum de Doha.
O Irã reivindica que, se o acordo sobre seu programa nuclear for retomado, a Guarda Revolucionária deve ser removida da lista de organizações terroristas dos Estados Unidos.
"Vão continuar sob sanções no âmbito da lei americana, e nossa percepção permanecerá a mesma", afirmou o diplomata, reagindo às demandas de Teerã a esse respeito.
Os Guardiães da Revolução estão na lista, devido a acusações sobre o envolvimento iraniano em apoio ao governo sírio, aos rebeldes huthis no Iêmen e ao grupo libanês Hezbollah.
No sábado (26), o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, disse no Fórum de Doha que o acordo pode ser concluído em "questão de dias".
O coordenador da UE encarregado de supervisionar as negociações nucleares com o Irã, Enrique Mora, está em Teerã e, na sequência, deve viajar para Washington.
Malley advertiu, por sua vez, que o acordo não está garantido, não é "inevitável" e tampouco está "na próxima esquina".
"Estamos muito perto", disse o enviado americano em relação às negociações, ressaltando, contudo, que esta é a situação em que se encontram há algum tempo.
"Acho que isso explica o que é preciso saber sobre a dificuldade dos temas", completou.