A informação foi confirmada na noite desta segunda-feira (28) pelo Ministério de Minas e Energia, que propôs o economista Adriano Pires, especialista no mercado de energia, para substituir Silva e Luna.
A indicação deverá ser aprovada pelo Conselho de Administração da empresa em 13 de abril, informou o ministério.
Bolsonaro nomeou Silva e Luna, um general da reserva do Exército, em fevereiro do ano passado, insatisfeito com os constantes aumentos de preço aplicados pela estatal.
Bolsonaro tem criticado constantemente a política de preços da estatal, que vem promovendo aumentos significativos seguindo o preço internacional do petróleo, o que fortaleceu a inflação, muito prejudicial para sua popularidade num momento em que se prepara para buscar a reeleição em outubro.
A Petrobras aplicou no início de março um aumento de 18,8% no preço da gasolina em suas refinarias e 24,9% no diesel em resposta ao "aumento mundial dos preços do petróleo e seus derivados como resultado da guerra entre a Rússia e a Ucrânia".
As ações da Petrobras caíram 2,63% ao fechamento da Bolsa de São Paulo nesta segunda-feira.
Para o economista Alex Agostini, da consultoria Austin Rating, "essas trocas na gestão da empresa não são boas. É sinal de que tem alguma coisa errada".
"Mas para o mercado não vai mudar muito. Se entrar o Adriano pires, que é um cara muito bom, especialista na área de petróleo e gás, eu acho que vai dar uma boa estabilidade para o mercado financeiro", porque ele dificilmente irá intervir na política de preços da Petrobras, declarou a AFP.
A Petrobras fechou 2021 com um lucro recorde de R$ 106,6 bilhões.
De acordo com a última pesquisa Datafolha realizada em março, 75% dos brasileiros acreditam que o governo tem "muita" ou "alguma" responsabilidade na inflação que afeta o bolso das famílias.
Essa mesma pesquisa indica que Bolsonaro perderia um eventual segundo turno contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por uma diferença de 21 pontos percentuais (55% a 34%).
RIO DE JANEIRO