Jornal Estado de Minas

WASHINGTON

Biden assina lei para tornar linchamento em crime de ódio

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou nesta terça-feira (29) um projeto de lei que torna os linchamentos racistas em crime federal de ódio, acabando com mais de um século de atraso na criminalização dessa prática de "puro terror".



Qualquer pessoa condenada em virtude da nova lei poderá receber sentença de até 30 anos de prisão. De acordo com os investigadores, milhares de linchamentos ficaram impunes entre o final da Guerra Civil, em 1865, e 1950.

O projeto de lei leva o nome de Emmett Till, um negro de 14 anos cujo assassinato brutal impulsionou o movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos na década de 1950.

Durante a cerimônia, Biden esteve acompanhado da vice-presidente Kamala Harris, a primeira mulher negra a assumir o cargo, e Michelle Duster, bisneta de Ida B. Wells, jornalista negra pioneira e ativista contra o linchamento.

"Os linchamentos foram puro terror", disse Biden, lembrando a horrível prática de assassinatos públicos, geralmente afrodescendentes, diante de multidões brancas em um país que deixou para trás a escravidão.

O presidente alertou que "o ódio racial não é um problema antigo. É um problema persistente, o ódio nunca desaparece, apenas se esconde".

Harris observou que "linchamentos não são uma relíquia do passado". "Atos de terror racial continuam a ocorrer em nossa nação".

O Senado aprovou por unanimidade o projeto no início deste mês.