"Não segui adiante, desisti do meu cinto, não por covardia, não por medo, e sim porque não quis, isso é tudo", disse Abdeslam em resposta a uma advogada da parte civil, Claire Josserand-Schmidt.
O único membro sobrevivente dos comandos jihadistas estava há quase duas horas em silêncio diante das perguntas do tribunal, da Promotoria e dos primeiros advogados da parte civil, quando decidiu dar algumas respostas.
A advogada o questionou sobre suas declarações anteriores, quando sugeriu em fevereiro que havia "voltado atrás" e que desistiu de detonar seu cinto de explosivos na noite de 13 de novembro.
Algo que agora foi confirmado por Abdeslam.
Claire Josserand-Schmidt o perguntou por que disse então aos seus familiares que o cinto não funcionou. "É uma mentira, então?" disse a advogada. "Sim, é isso", respondeu o acusado.
"Me envergonhava por não ter seguido adiante. Tinha medo de como os outros iriam olhar para mim. Tinha 25 anos. Isso é tudo, é o fato de eu ter vergonha, apenas", disse francês de 32 anos, que depois voltou a ficar calado.
O julgamento começou em setembro e até agora já compareceram sobreviventes, parentes das vítimas e investigadores, seguidos dos interrogatórios dos acusados.