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Estado de Minas TOQUE DE RECOLHER

Governo peruano impõe toque de recolher em Lima após protestos

Decreto foi assinado após uma greve parcial de motoristas que provocou bloqueios de estradas no país


05/04/2022 05:55 - atualizado 05/04/2022 17:27


O governo do presidente peruano Pedro Castillo decretou toque de recolher durante grande parte da terça-feira em Lima e no porto vizinho de Callao, após uma greve parcial de motoristas que provocou bloqueios nas estradas e distúrbios na segunda-feira.

"Diante dos atos de violência que alguns grupos tentaram criar (...) e para restabelecer a paz a ordem interna (...) o Conselho de Ministros aprovou declarar a imobilidade cidadã (toque de recolher) das 2h00 da manhã até 23h59 da noite do dia 5 de abril para resguardar a segurança cidadã", afirmou o esquerdista Castillo em uma mensagem ao país exibida na televisão perto da meia-noite de segunda-feira.

A medida, que provocou muitas críticas nas redes sociais, significa que os 10 milhões de habitantes de Lima e Callao devem permanecer em suas casas durante o dia.
Lima, Peru
População bloqueia ruas e rodovias do Peru em protestos contra Pedro Castillo (foto: Gian MASKO / AFP)

Diversos atos de violência, incluindo incêndios em postos de pedágio nas estradas, saques em algumas lojas e confrontos entre manifestantes e policiais, foram registrados na segunda-feira em vários pontos do país, na primeira greve enfrentada pelo governo Castillo, que assumiu o poder há oito meses.

Os protestos, motivados pelo aumento dos preços dos combustíveis e alimentos, aconteceram em Lima e nas regiões de Piura, Chiclayo, La Libertad, Junín, Ica, Arequipa, San Martín, Amazonas e Ucayali, entre outras. As aulas foram suspensas devido às restrições nos transportes públicos.

"Faço um apelo por calma, serenidade. O protesto social é um direito constitucional, mas deve acontecer dentro da lei", afirmou Castillo.

 

 


A União de Sindicatos de Transporte Multimodal do Peru critica a alta dos preços dos combustíveis e dos pedágios. A greve de seus afiliados deveria prosseguir até esta terça-feira.

Castillo, um professor rural de 52 anos, anunciou o toque de recolher uma semana depois de evitar um processo de afastamento pelo Congresso, onde os opositores o acusam de "falta de rumo" no governo e de permitir a corrupção em seu entorno.

Prejuízos com a COVID-19

A medida será válida no momento em que a economia peruana tenta superar os prejuízos provocados pela pandemia de COVID-19 e em coincidência com o 30º aniversário do autogolpe de Estado do ex-presidente Alberto Fujimori, atualmente preso, em 5 de abril de 1992.

A restrição de movimento, sob proteção do estado de emergência na capital peruana, recebeu imediatamente manifestações de repúdio.

"Toque de recolher para restabelecer a ordem, uma medida autoritária do governo Pedro Castillo que demonstra inépcia, incapacidade para governar. É como acabar com os acidentes de trânsito proibindo a circulação de veículos", disse à AFP o analista político Luis Benavente.

"Medida inconstitucional"

"A medida determinada pelo presidente Pedro Castillo é abertamente inconstitucional, desproporcional e viola o direito à liberdade individual das pessoas", tuitou o advogado Carlos Rivera, um dos defensores das vítimas do governo Fujimori.

A jornalista Rosa María Palacios também criticou: "Perto da meia-noite não há como informar e ser informado. Uma medida tão radical, que viola todos os direitos e é desproporcional, revela apenas que o governo perdeu todo o controle da ordem pública.

Em uma tentativa de reduzir as críticas, o governo eliminou no fim de semana o imposto sobre os combustíveis.

Castillo também decretou o aumento de 10% do salário mínimo, que subirá para 1.025 'soles' (US$ 277) a partir de 1º de maio.

A Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP), principal central sindical do país, rejeitou o percentual do aumento, considerado insuficiente, e convocou protestos para quinta-feira.

Castillo registra índice de desaprovação de 66%, segundo uma pesquisa do instituto Ipsos.


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