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Estado de Minas NOVA YORK

Prefeito de Nova York quer desmantelar acampamentos de sem-teto


06/04/2022 23:58

Já se tornou uma cena comum em Nova York: a polícia desmantelou um acampamento de pessoas sem-teto em uma calçada de Manhattan nesta quarta-feira (6), mas nenhum dos deslocados concordou em se mudar para um dos abrigos da cidade, considerados perigosos demais.

Com vaias de ativistas anti-despejo ao fundo e em meio a uma imponente presença policial, funcionários dos serviços de limpeza desmontaram as barracas azuis e jogaram pilhas de roupas, cobertores e lixo em um recipiente de lixo.

A polícia prendeu vários ativistas e um sem-teto que se recusou a deixar o local, após horas de negociações em que a prefeitura ofereceu aos ocupantes a possibilidade de desmontar o acampamento e manter suas barracas.

Esses tipos de operações se multiplicaram desde que Eric Adams, o novo prefeito democrata, prometeu em março limpar o metrô dos milhares de sem-teto que ali se refugiam e acabar com os acampamentos em espaços públicos, com a promessa de realojamento decente.

É uma política que Adams justifica com o argumento de querer reativar a cidade após a pandemia de covid-19, mas que setores da esquerda denunciam.

"Desperdiçar recursos em uma operação como essa, claramente exagerada, em um momento em que os orçamentos para habitação social estão sendo reduzidos, é inaceitável", disse a vereadora democrata Carlina Rivera.

- Resultados agridoces -

Sob os andaimes que protegem precariamente o acampamento da chuva, Kevin, um afro-americano de 66 anos que não quis dar seu sobrenome, diz que recusou categoricamente uma vaga em um dos abrigos da cidade, porque foi vítima de roubo lá.

"Eu não aconselharia ninguém a ir para um abrigo. É perigoso", garantiu.

"Queremos apartamentos, queremos casas, não lugares em albergues", diz outra sem-teto, Cynthia.

A pobreza é visível neste local de Manhattan chamado Alphabet City, especialmente em um parque público próximo, onde pessoas sem recursos vão e vêm.

Os sem-teto escolheram um local localizado em frente a uma paróquia luterana que oferece refeições gratuitas.

O seu pároco, o reverendo William Kroeze, afirmou que "desde a covid, sobretudo nos primeiros meses, muita gente está vivendo na rua, e a fila (para refeições) tem aumentado dia após dia. É sempre muito longa".

O próprio Adams admitiu que os primeiros resultados das operações foram mistos, com apenas cinco sem-teto entre os quase 250 acampamentos concordando em ir para um abrigo, segundo seus números.

No entanto, o prefeito defendeu uma política de longo prazo, garantindo que "mais de 300" moradores de rua pediram ajuda no metrô, onde foram iniciadas as operações.

Alphabet Inc.


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