A Americans for Immigrant Justice (AI Justice) afirma que, em 2021, 70% das crianças com quem conversou disseram ter sofrido abuso enquanto estavam sob custódia do CBP. Elas se queixaram de detenção excessiva, abuso verbal e físico, privação de atendimento médico, falta de comida e água, baixas temperaturas sem acesso a cobertores e separação de suas famílias, afirma a nota.
A ação foi apresentada ao DHS ao mesmo tempo que queixas semelhantes apresentadas por outras organizações de defesa de migrantes: Kids in Need of Defense (KIND), Florence Immigrant & Refugee Rights Project (FIRRP) e Immigrant Defenders Law Center (ImmDef), representando migrantes desacompanhados e crianças em todo o país.
A AI Justice e outras organizações denunciam o tratamento flagrante abuso de crianças migrantes nas mãos do CBP há anos, mas nada mudou", disse Jennifer Anzardo Valdés, diretora do Programa Legal para Crianças da AI Justice.
"Estamos vendo abusos sistêmicos na custódia do CBP, independentemente de quem está no comando no nível federal", diz a organização, referindo-se a um relatório arquivado há mais de um ano, no qual milhares de crianças denunciaram abusos ocorridos em 2019, durante o governo do presidente Donald Trump.
"Continuamos vendo as mesmas condições desumanas (...) Este governo, como os anteriores, ficou aquém da proteção dos direitos das crianças sob custódia do CBP", diz Maite García, advogada da Americans for Immigrant Justice.
Agora que o governo do presidente Joe Biden anunciou que em maio levantará as restrições à imigração impostas no início da pandemia, com as quais se espera um aumento na chegada de migrantes à fronteira com o México, a organização considera "vital" que o CBP priorize "condições de saúde e segurança" para os jovens migrantes.
WASHINGTON