Roger Ng, também chamado Ng Chong Hwa, que cumpre uma pena de 30 anos de prisão, foi declarado culpado pelo tribunal federal do Brooklyn por participar de uma rede de lavagem de dinheiro e corrupção que envolve cerca de dez funcionários públicos da Malásia e de Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.
O ex-banqueiro, processado em meados de fevereiro, também foi declarado culpado por violar as regras contábeis do banco americano Goldman Sachs, segundo um comunicado de imprensa da corte.
"Entre 2012 e 2013, o acusado Roger Ng recebeu mais de 35 milhões de dólares em subornos em um esquema para roubar e lavar milhares de milhões de dólares do 1MDB", denunciou o fundo soberano 1Malaysia Development Bhd ao promotor federal Breon Peace.
O escândalo do 1MDB, um fundo criado oficialmente para o desenvolvimento econômico e social do país, culminou com a queda em 2018 do ex-primeiro-ministro, Najib Razak, acusado e condenado a 12 anos de prisão por corrupção.
Roger Ng, ex-diretor do Goldman Sachs, se declarou "não culpável", enquanto seu advogado garantiu que era "100% inocente" e acusou seu ex-chefe, Tim Leissner.
A filial do Goldman Sachs na Malásia organizou emissões de títulos em seu nome no valor total de 6,5 bilhões de dólares em 2012 e 2013, em troca de 600 milhões de dólares em comissões.
Em 2020, a instituição admitiu ter contribuído em operações de malversação de fundos. Grande parte dos títulos foram entregues a líderes políticos e financeiros em forma de propinas e financiamentos de gastos exorbitantes.
O promotor Peace qualificou as operações como "obscenas" e estimou que a derrota judicial supõe "um vitória para o estado de direito e para os malásios que seriam ajudados pelo fundo".
Já para Roger Ng "e seus colegas, o 1MDB não estava lá para o bem do povo da Malásia, mas sim como uma ferramenta para o enriquecimento através do desvio de toneladas de dinheiro", criticou o promotor americano.
Ainda não foi fixada uma data para a determinação da sentença.
GOLDMAN SACHS GROUP
NOVA YORK