Em Estocolmo, capital da Suécia, em 23 de agosto de 1973, o criminoso Jan-Erik Olsson entrou em um banco, sacou uma arma, e tomou quatro funcionários da agência como reféns. Ele então exigiu um carro para fugir, dinheiro em espécie, e que um cúmplice seu que estava preso fosse libertado e levado rapidamente para o banco onde ele estava.
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Síndrome de Burnout: a exaustão que vai além dos limitesSíndrome da boca seca atinge crianças e tem tratamentoMulher com 'Síndrome de Pica' come talco há 15 anosFoi nesse momento que a história ficou estranha. De dentro do cofre, Kristin Enmark, que estava entre os reféns, telefonou para o primeiro-ministro sueco e implorou para que seus captores fossem autorizados a sair. Mais estranho ainda, ela afirmou que gostaria de ir com eles.
O primeiro-ministro recusou a ideia, a polícia começou a se preparar para invadir o cofre. Os criminosos concordaram em deixar o local, mas os reféns ofereceram-se a servir como escudos humanos, protegendo seus captores da possibilidade de serem mortos a tiros pela polícia.
Posteriormente, os reféns se recusariam a testemunhar no tribunal contra os assaltantes - e inclusive arrecadariam dinheiro para financiar a defesa dos acusados.
Parecia que os reféns haviam enlouquecido, ficando do lado de seus captores, não da polícia. Devido a esse caso, essa resposta psicológica acabou ficando conhecida como "síndrome de Estocolmo".
Não é o que parece
Entretanto, se observarmos mais de perto, veremos que essa história não é assim tão simples. Na verdade, Enmark tinha bons motivos para acreditar que tinha mais chances de ser morta num tiroteio iniciado por policiais dispostos a apertar o gatilho facilmente do que pelos assaltantes.
Era, portanto, de seu próprio interesse que os criminosos fossem autorizados a deixar o local em segurança.
Desde 1973, o conceito de síndrome de Estocolmo foi noticiado pela imprensa em vários sequestros e crimes com a utilização de reféns. Muitas pessoas, no entanto, são céticas quanto à existência de tal fenômeno.
A "síndrome" nunca foi reconhecida oficialmente como um distúrbio psiquiátrico. Em 1989, uma pesquisa do FBI (a polícia federal dos Estados Unidos), com 600 departamentos de polícia, foi incapaz de registrar qualquer caso de sequestro em que um envolvimento emocional entre vítima e sequestrador tenha afetado uma operação de resgate. Resumindo, esse tipo de ocorrência é extremamente rara.
Este texto é baseado no vídeo da BBC Ideas The real story of the Stockholm syndrome (A verdadeira história da síndrome de Estocolmo). Clique aqui para ver o vídeo (em inglês)
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