"Essa pessoa é perigosa", alertou a governadora do estado de Nova York, Kathy Hochul, que pediu cautela à população. Dez horas após o tiroteio, a polícia não havia encontrado o autor dos disparos.
A polícia iniciou uma enorme operação de caça ao atirador, mas ressaltou que o incidente no Brooklyn não estava sendo investigado como um ato de terrorismo e que nenhum dos feridos corre risco de vida.
A comissária do Departamento de Polícia de Nova York, Keechant Sewell, disse em uma coletiva de imprensa que o suposto atirador colocou a máscara de gás quando o trem chegava à estação da rua 36. "Ele acionou depois o recipiente que estava em sua mochila e o vagão logo se encheu de fumaça. Em seguida, começou a atirar", afirmou.
O Departamento dos Bombeiros informou que pessoas ficaram feridas enquanto passageiros em pânico tentavam sair do vagão, repleto de fumaça. O trem parou na plataforma pouco após os disparos.
Keechant Sewell descreveu o suspeito, que agiu sozinho, como um "homem negro, de aproximadamente 1,65 m de altura e corpulento", vestindo um colete verde usado por operários de construção e um moletom cinza com capuz.
A polícia foi alertada sobre o incidente pouco antes das 08h30 locais (09h30 em Brasília).
Fotos e vídeos de passageiros publicados nas redes sociais mostram sangue no chão e pessoas caídas no trem e na plataforma da estação 36th Street, localizada no distrito do Brooklyn.
- 'Planejado' -
"Ao chegar à estação, vi uma nuvem de fumaça, vi pessoas em meio ao caos, pessoas caídas, três pessoas no chão. Imediatamente disse a mim mesmo que tinha que ir embora", contou à AFP Threstan Ralph, 34. "As pessoas perguntavam aos gritos o que estava acontecendo."
Outro passageiro, Yav Montano, descreveu à rede de TV CNN que houve a "explosão de uma bomba de fumaça cerca de dois minutos antes de chegarmos à estação. Parecia tudo planejado. Estávamos presos no vagão, havia muito sangue no chão."
O departamento de polícia tuitou que não havia "nenhum dispositivo explosivo ativo neste momento", depois que os bombeiros disseram à AFP que "diversos dispositivos não detonados" haviam sido recuperados no local do incidente.
A polícia de Nova York pediu que as pessoas se mantivessem afastadas do local e instou as testemunhas a entrarem em contato por telefone para oferecer qualquer informação.
- Biden informado -
"Não desistiremos até encontrarmos o autor do crime", disse em Iowa o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que havia anunciado ontem novas medidas contra a proliferação de armas de fogo no país.
Leis brandas sobre armas e o direito constitucional de portar armamento têm frustrado repetidamente as tentativas de reduzir o número de armas em circulação no país, apesar de a maioria da população americana ser favorável a controles mais rígidos.
Três quartos de todos os homicídios nos EUA são cometidos com armas de fogo, e o número de pistolas, revólveres e outros armamentos comercializados não para de crescer.
A governadora Kathy Hochul prometeu oferecer atualizações regulares conforme as investigações vão se desenvolvendo.
Episódios violentos envolvendo atiradores acontecem com relativa frequência nos Estados Unidos, onde as armas de fogo têm relação com aproximadamente 40.000 mortes por ano, incluindo suicídio, de acordo com o site Gun Violence Archive.
Os tiroteios na cidade de Nova York cresceram este ano e o aumento dos crimes violentos com armas se tornou uma das prioridades do prefeito Eric Adams desde que ele assumiu o cargo em janeiro. Até o dia 3 de abril, incidentes com uso de arma de fogo subiram para 296, enquanto, no mesmo período do ano passado, foram registrados 260, segundo as estatísticas da polícia.
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