"Neste momento, na Europa, esta guerra nos atinge com força. Mas vamos olhar um pouco mais longe. O mundo está em guerra. Síria, Iêmen, e depois pense nos rohingya, nos expulsos, nos sem pátria. Em todo lugar há guerra", assegurou o argentino pontífice em entrevista ao canal público da televisão italiana Rai1.
"O mundo escolheu - é difícil dizer - o padrão de Caim e a guerra é implementar o Cainismo, ou seja, matar o irmão", explicou.
Entrevistado sobre a guerra, sobre as imagens recentes de corpos nas ruas da Ucrânia, sobre os crematórios móveis, os estupros, a devastação e a barbárie, o papa lamentou o que chamou de "esquema cainista".
"Eu entendo os governantes que compram armas, eu os entendo. Não os justifico, mas os entendo. Porque temos que nos defender, porque responde ao esquema de guerra cainista", acrescentou.
"Se fosse um modelo de paz, isso não seria necessário. Mas vivemos com esse esquema demoníaco, que temos que nos matar pelo poder, pela segurança, por muitas coisas ", frisou.
Francisco presidirá novamente nesta sexta-feira no Coliseu Romano, símbolo do martírio dos cristãos, a Via Crucis noturna.