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Estado de Minas NÃO AUTORIZOU

Americano é indenizado em R$ 2,1 milhões por festa de aniversário surpresa no escritório

Homem no Estado do Kentucky disse que tinha avisado chefe que evento poderia detonar ataques de pânico.


18/04/2022 15:23 - atualizado 18/04/2022 16:58

Festa de aniversário
(foto: Getty Images)

Um homem de Kentucky, nos Estados Unidos ganhou uma ação de US$ 450 mil (R$ 2,1 milhões) após processar a empresa que trabalhava por uma festa de aniversário surpresa.

Kevin Berling diz que avisou previamente seu chefe que um evento desse provocaria estresse e ansiedade.

Segundo o autor do processo, a festa de aniversário indesejada de 2019 na Gravity Diagnostics lhe causou uma série de ataques de pânico.A empresa negou qualquer irregularidade.

De acordo com a ação movida no condado de Kenton, em Kentucky, Berling - que sofre de transtornos de ansiedade - pediu a seu gerente que não comemorasse seu aniversário no trabalho como normalmente acontece com os funcionários, pois poderia resultar em um ataque de pânico e traria de volta memórias de infância desconfortáveis.

Apesar do pedido de Berling, a empresa, especializada em testes de covid-19, fez uma festa surpresa para ele em agosto de 2019, provocando um ataque de pânico. Ele rapidamente saiu da festa e terminou seu almoço no seu carro.

O processo observa que Berling foi "confrontado e criticado" em uma reunião no dia seguinte, quando foi acusado de "acabar com a alegria dos colegas de trabalho" e "de ser um maricas".

A reunião tensa, ele alega, provocou um segundo ataque de pânico. Ele ficou em casa nos dias seguintes.

Em 11 de agosto, a Gravity Diagnostics o demitiu, alegando preocupações com a segurança no local de trabalho.

Berling entrou com o processo dizendo que a empresa o discriminou por causa de uma deficiência e que foi alvo de uma injusta retaliação por ter feito o pedido.

Após um julgamento de dois dias no final de março, o júri concedeu a Berling US$ 450 mil, incluindo US$ 300 mil por sofrimento emocional e US$ 150 mil em salários perdidos.

A chefe do escritório de operações da empresa, Julie Brazil, disse ao canal de notícias local Link NKY que a Gravity Diagnostics mantém sua decisão de demitir Berling.

Segundo Brazil, o ex-funcionário violou uma "política sobre violência no local de trabalho".

"Meus funcionários foram as vítimas neste caso, não o demandante", disse ela, acrescentando que a empresa contesta o resultado e avalia entrar com um recurso.

Nenhuma ameaça

O advogado de Berling, Tony Bucher, disse à BBC que "não havia absolutamente nenhuma evidência" de que ele representasse uma ameaça a qualquer pessoa na Gravity para justificar sua demissão.

"Ele teve um ataque de pânico. Isso é tudo. E, como os representantes da Gravity Diagnostics não entenderam sua resposta de pânico e ficaram nervosos com sua resposta, eles assumiram que ele era uma ameaça", disse Bucher.

"Assumir que pessoas com problemas de saúde mental são perigosas sem qualquer evidência de comportamento violento é discriminatório".

Dados do grupo National Alliance on Mental Illness mostram que mais de 40 milhões de americanos - quase 20% da população - sofrem de transtornos de ansiedade.

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