Jornal Estado de Minas

MOSCOU

Rússia afirma ter frustrado 'assassinato' de jornalista famoso

Os Serviços de Inteligência russos (FSB) afirmaram, nesta segunda-feira (25), que prenderam seis "membros de um grupo neonazista" que pretendiam assassinar, por ordem de Kiev, o jornalista Vladimir Solovyov, muito próximo à propaganda do Kremlin.



"O Comitê de Investigação da Rússia prendeu membros do grupo National Power, cidadãos russos, que preparavam o assassinato do político e jornalista estrela Vladimir Solovyov", explicou o FSB em declarações coletadas pelas agências de notícias russa.

O FSB disse que este projeto de "assassinato" pelas mãos de seis cidadãos russos foi ordenado pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU).

Segundo o FSB, "os membros deste grupo confessaram ter preparado o assassinato de Solovyov e que fugiriam para o exterior depois disso".

Esta mesma fonte afirmou que diversas armas foram confiscadas, um explosivo artesanal e passaportes ucranianos em nome dos suspeitos detidos.

Não foi possível verificar esta informação de forma independente.

"O que há de surpreendente em tudo isso? Estou à vista de todos", disse Solovyov à agência de notícias RIA Novosti sobre o suposto plano contra ele.

"Sou judeu e antifascista, então é óbvio que sou um alvo para os simpatizantes do (nacionalista ucraniano Stepan) Bandera, canalhas nazistas", acrescentou.



Um pouco antes, o presidente Vladimir Putin mencionou um projeto "de atentado contra um jornalista estrela", o que classificou como um "ato de terror".

"Conhecemos pelo nome os responsáveis pelos serviços secretos ocidentais que trabalham com o Serviço de Segurança ucraniano, especialmente a CIA", disse Putin durante uma reunião com os promotores.

Vladimir Solovyov, 58, é um dos principais laços do Kremlin com a mídia. Próximo de Putin, a quem entrevistou em várias ocasiões, ele defende firmemente a ofensiva militar russa na Ucrânia.

Este apresentador de televisão, conhecido por comandar programar de reuniões políticas desde o fim dos anos 1990, está entre as diversas personalidades sancionadas pelas potências ocidentais desde o início da invasão na Ucrânia.

No início de março, três de seus imóveis no exclusivo Lago de Como (norte da Itália) foram apreendidos por 8 milhões de euros (cerca de 8,6 milhões de dólares). Além disso, foi proibido de entrar em vários países.