A advogada libanesa-britânica Amal Clooney afirmou temer que "os políticos peçam justiça, mas não a entreguem" às vítimas da guerra.
"Meu medo é que fiquemos ocupados e distraídos, que a cada dia a cobertura da guerra seja um pouco menor e as pessoas fiquem um pouco mais insensíveis sobre a guerra", disse Clooney em uma reunião informal do Conselho de Segurança.
"E que a Ucrânia acabe sozinha na perseguição aos autores destas atrocidades. Não podemos deixar que isto aconteça", disse a advogada, que administra a Fundação Clooney para a Justiça com seu marido, o ator George Clooney.
A ministra albanesa das Relações Exteriores, Olta Xhacka, disse que os "autores dos crimes devem ser e serão responsabilizados".
Michelle Bachelet, alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, insistiu que as vítimas e suas famílias "precisam obter remédios efetivos pelos danos e a tragédia que enfrentam".
Ela disse que até o momento o Alto Comissariado "documentos e verificou 5.939 vítimas civis, incluindo 2.787 assassinadas e 3.152 feridas".
"Os números atuais são consideravelmente mais elevados e meu escritório está trabalhando para calculá-los", acrescentou, destacando que a maioria dos mortos e feridos foram vítimas "do uso de armas explosivas com efeitos em áreas amplas e habitadas, como bombardeios de artilharia pesada, mísseis e ataques aéreos".
A procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, declarou em um vídeo que abriu mais de 8.000 investigações sobre supostas violações do direito humanitário relacionadas com a guerra.
O promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, disse que 43 países (um número recorde) encaminharam a situação na Ucrânia a sua organização.
"A lei é aplicada igualmente a todos os lados. Todas as partes do conflito, sejam Ucrânia ou Federação da Rússia, sejam atores estatais ou não estatais, têm certas obrigações claras", disse Khan, que prometeu conduzir "investigações independentes. "
A Rússia acusou a Ucrânia de cometer abusos e afirmou que considera o TPI um tribunal parcial.
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