Erdogan, que denunciou energicamente o assassinato na época dos fatos, aterrissou em Jidá, a segunda maior cidade do reino, e se reunirá com o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman.
Nos últimos meses, Erdogan iniciou uma série de encontros oficiais com os principais líderes regionais e havia anunciado uma visita iminente ao reino saudita em 3 de janeiro.
A Turquia, que iniciou o julgamento 'in absentia' de 26 suspeitos sauditas pela morte de Khashoggi em julho de 2020, fechou o caso em 7 de abril, ao devolvê-lo à Arábia Saudita, o causou consternação nas organizações de direitos humanos.
A visita de Erdogan ocorre no momento em que a Turquia enfrenta uma grave crise econômica. A lira turca despencou 44% frente ao dólar em 2021 e a inflação chegou a 61,1%, em estimativa anual, em março deste ano.
Essa situação levou o chefe de Estado turco a melhorar suas relações com antigos rivais, como Egito e Israel, e especialmente com as ricas monarquias petrolíferas do Golfo Pérsico, entre elas a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.
Antes de partir de Istambul, Erdogan disse que esperava que a visita servisse para "abrir uma nova era" nas relações turco-sauditas.
"Fortalecer a cooperação nos campos da defesa e das finanças é de interesse mútuo", acrescentou.
Um responsável turco disse à AFP, sob condição de anonimato, que Erdogan não fará anúncios oficiais durante a visita, fechada à imprensa.
O caso Khashoggi havia esfriado as relações entre os dois países, que vinham tensas desde 2017 por causa do bloqueio decretado pela Arábia Saudita sobre o Catar, um aliado da Turquia.
Jamal Khashoggi, um saudita que escrevia colunas para o jornal americano Washington Post, foi assassinado em 2 de outubro de 2018, na sede do consulado saudita em Istambul, quando foi buscar os documentos necessários para se casar com sua namorada turca.
Recep Tayyip Erdogan, que está no poder há 19 anos, primeiro como premiê e depois como presidente, espera se reeleger no próximo pleito presidencial, que está previsto para junho de 2023.
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