"Eles poderão vir para os Estados Unidos legalmente e terão muitas oportunidades lá", declarou à AFP nesta quinta-feira (28) Valentyn Kramar, um americano de 19 anos nascido na Ucrânia que acompanha cinco membros de sua família que "escaparam das bombas".
O jovem referia-se ao programa 'Unidos pela Ucrânia', lançado na segunda-feira passada por Washington para facilitar a entrada de ucranianos após um procedimento eletrônico e com a condição de que entrem por via aérea.
De acordo com Anastasia Polo, uma ucraniana residente na Califórnia que viajou ao México para participar da coordenação deste programa, cerca de 20.000 ucranianos chegaram desde o início da guerra na fronteira de Tijuana (noroeste) para atravessar por terra para os Estados Unidos.
"Mas esses ucranianos já compraram suas passagens (de avião) e como não foi possível reembolsá-los, é por isso que estão aqui", disse Polo.
O acampamento, composto por uma dezena de enormes tendas brancas, está localizado no terreno de um complexo esportivo no setor de Iztapalapa, considerado um dos mais perigosos da capital.
Polo explicou que as instalações, bem como a alimentação, foram fornecidas por autoridades do Ministério do Interior.
Os ucranianos passaram a primeira noite no local em meio a mudanças bruscas de clima, já que na tarde de quarta-feira choveu forte, o que esfriou a noite, e nesta quinta o sol bateu forte.
"Estaremos aqui o tempo que o programa exigir, pode ser entre sete e dez dias, ou talvez mais", acrescentou Kramar, que é acompanhado por Mykhailo, seu primo ucraniano de 27 anos.
Este grupo, no qual estão dois menores e uma mulher com mais de setenta anos, custeou a transferência da Ucrânia, viagem que durou quatro dias e que foi financiada com a ajuda de parentes estabelecidos em Michigan, seu destino final.
"Estou preocupado, mas também muito animado", diz Mykhailo Prokopiv com a ajuda da tradução de seu primo Valentyn.
Os ucranianos que buscam chegar aos Estados Unidos a partir do México se beneficiaram de procedimentos simplificados, gerando reclamações de outros imigrantes, a maioria centro-americanos, que costumam passar meses esperando na fronteira norte.