"Temos que fortalecer cada vez mais esta união para terminar com esses flagelos, como o narcotráfico, o corte indiscriminado , o problema da delinquência, da pobreza, da poluição" ambiental, afirmou o presidente peruano Pedro Castillo, após participar de uma reunião com seu colega equatoriano Guillermo Lasso na cidade de Loja, no sul do Equador.
Os dois chefes de Estado lideraram o 14º gabinete binacional nessa cidade andina, capital da província equatoriana de mesmo nome e fronteiriça com o Peru.
Esse mecanismo, criado para acelerar o desenvolvimento da região fronteiriça, foi cumprido de maneira periódica até 2019, mas acabou sendo suspenso devido à pandemia, que já provocou mais de 212.000 mortos no Peru e 35.000 no Equador.
"Trabalhamos para promover o bem-estar de nossos povos, levando em conta o impacto econômico e social causado pela pandemia de covid-19", declarou, por sua vez, Lasso.
Os dois presidentes assinaram uma declaração na qual refletem os compromissos das duas nações para melhorar a integração e a qualidade de vida de seus habitantes.
Castillo indicou à imprensa que "há metas que foram traçadas" e pediu aos ministros dos dois países para "fazer o maior dos esforços para seguir impulsionando" o desenvolvimento.
Também reiterou o apoio de Lima para que Quito integre o bloco comercial Aliança do Pacífico, integrada por Peru, Colômbia, Chile e México.
Lasso indicou, por sua parte, que "temos tratado de temas de enorme importância" e destacou a decisão de Peru e Equador de reabrir em fevereiro passado suas passagens fronteiriças terrestres "com vistas ao pleno restabelecimento do trânsito de pessoas e intercâmbio comercial, e a reativação econômica e produtiva".
Depois da Colômbia, o Peru é o principal sócio comercial andino do Equador com exportações por 619 milhões de dólares e importações por 1,062 bilhão em 2021, segundo o Banco Central local.
O governante equatoriano também destacou a cooperação bilateral para repatriar seus conacionais da Ucrânia por causa da guerra nesse país.
Lasso indicou que, em junho próximo, será celebrado um encontro ministerial, no qual será relançado o projeto binacional de irrigação Puyango-Tumbes.
Castillo "me disse ao pé do ouvido: o que temos que fazer é colocar dinheiro e levar o projeto adiante. Eu estou de acordo com ele", opinou Lasso.