Sob a epígrafe "Colocar o turismo sustentável e resistente no centro da recuperação inclusiva", representantes de países e do setor privado debateram nesta quarta-feira (4) na ONU como deveria ser o futuro deste setor para que seja "mais sustentável, mais resistente e mais responsável".
A ONU, juntamente com a Organização Mundial do Turismo, quer aproveitar a oportunidade de paralisação do setor provocado pela pandemia para fomentar o debate.
Se continuar no mesmo caminho que seguia até sua suspensão forçada a partir de março de 2020, o setor gerará até 2050 um aumento no consumo de energia de 154%, 131% mais emissões de gases de efeito estufa, 152% mais consumo de água e 251% mais resíduos sólidos, segundo um relatório das Nações Unidas sobre a Economia Verde.
"Não podemos permitir que isso continue assim (...) Temos que ser mais ambiciosos, mais responsáveis do que isso", instou o presidente da Assembleia da ONU, Abdulla Shabib, alertando que "agora é o momento para transformar o setor".
Com 120 milhões de empregos perdidos durante a pandemia, este setor, que antes respondia por 4% do PIB mundial, é o principal motor do crescimento econômico e de desenvolvimento para a maioria dos países, em particular os menos desenvolvidos.
Segundo a ONU, para muitos países em desenvolvimento, entre eles os insulares, o turismo é a principal fonte de emprego, divisas e receitas fiscais. Para os países menores, o turismo representa 30% das exportações e em alguns casos até 80%.
Em algo incomum na ONU, onde os oradores se sucedem na tribuna, parte do debate se organizou em mesas redondas que abordaram temas como um turismo mais sustentável, não deixar ninguém para trás, ou acelerar uma transformação mais respeitosa com o clima ou investimentos em turismo sustentável.
Mas todos são conscientes de que será preciso um financiamento - de "trilhões de dólares", segundo o representante saudita - para sua adaptação com a finalidade de torná-lo uma ferramenta para criar uma sociedade "mais próspera, mais justa, igualitária e inclusiva", como disse a ministra espanhola do setor, Reyes Maroto.
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