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Estado de Minas PARIS

Vinte cinco anos depois de vencer no xadrez, o computador ainda precisa dos humanos


08/05/2022 13:04
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Há 25 anos, um supercomputador derrotou pela primeira vez um campeão de xadrez, o russo Garry Kasparov, um marco histórico que foi apenas o início de um longo caminho para a inteligência artificial.

A vitória foi em 11 de maio de 1997, em Nova York, diante de uma plateia atônita. Kasparov, 34, enfrentou o DeepBlue, criado pela IBM, e o resultado final foi de 3,5 a 2,5 pontos.

Campeão do tabuleiro desde 1985, Kasparov levantou-se da mesa com um estrondo, no jogo decisivo. Um ano antes, o impetuoso russo, famoso por suas declarações triunfantes, havia vencido o DeepBlue por 4 a 2.

Quando eles se encontraram novamente, o Deep Blue havia sido atualizado, e era capaz de calcular 200 milhões de posições por segundo.

Kasparov insistia que era capaz de vencer qualquer máquina e que o nervosismo o dominou. Ele embolsou $ 400.000, mas a humilhação durou muito tempo.

- "Força bruta" -

Um quarto de século depois, a verdadeira revolução com a inteligência artificial está apenas começando, com a imitação pela máquina do funcionamento do cérebro humano, por meio de uma rede de neurônios que se conectam e trocam informações constantemente.

Os novos computadores fazem suas próprias regras, após um período de aprendizado que envolve uma ingestão massiva de dados.

"Passamos da programação imperativa para o aprendizado de programação", explica Philippe Rolet, doutor em inteligência artificial, cofundador da Artefact, consultoria francesa.

Em 2017, o algoritmo AlphaGo da empresa DeepMind venceu o número um do mundo no jogo de origem chinesa, Ke Jie.

Com esse jogo "percebemos que o humano não era tão bom quanto pensávamos. Alguns movimentos do algoritmo que pensávamos serem erros de principiante acabaram sendo ótimas apostas", explica Crédic Villani, um conhecido matemático e político francês.

Os computadores são capazes até mesmo de derrotar humanos em jogos de azar, como pôquer ou bridge.

Nos últimos anos, a inteligência artificial fez um "progresso absolutamente incrível", alerta Yann Le Cun, chefe de pesquisa de IA do

"Atualmente podemos" ensinar uma máquina "a traduzir para cerca de 200 idiomas", explica este especialista à AFP. Mas as máquinas ainda têm obstáculos a superar.

O que falta aos assistentes virtuais que um dia deveriam ser capazes de guiar carros com absoluta segurança, ou tomar decisões em situações muito mais complexas, é "chegar a um método geral de autoaprendizagem", diz Le Cun.

Desta forma, "poderíamos colocar o computador diante de 200 horas de vídeo, para a partir daí, desenvolver uma forma de entender o mundo".

É isso que lhe permitiria alcançar capacidades de aprendizagem "mais próximas do que acontece com animais e humanos", acrescenta este especialista.

A inteligência artificial será um dia capaz "de aprender tudo o que os humanos são capazes de aprender, na maioria dos casos com capacidades superiores", prevê.

"Mas quando isso vai acontecer? A resposta não está clara", conclui.

IBM


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