Jornal Estado de Minas

SANTO DOMINGO DE LOS COLORADOS

Polícia recaptura a maioria dos fugitivos após motim em prisão no Equador

As autoridades recapturaram a grande maioria dos 220 prisioneiros que escaparam na segunda-feira de uma prisão no centro do Equador, onde um motim deixou 44 mortos, informou a polícia nesta terça-feira (10).



"Houve um total de 220 cidadãos que fugiram ontem e, neste momento, 200 foram recapturados" devido a patrulhas e postos de controle policiais e militares, declarou à imprensa o chefe de operações policiais, general Geovanny Ponce.

Até a noite de segunda-feira, as autoridades haviam relatado 112 "recapturados" e 108 fugitivos.

De acordo com o último balanço, pelo menos 44 detentos morreram durante confronto entre facções rivais no presídio Bellavista, em Santo Domingo (centro). Ponce indicou que, entre os mortos, há dois venezuelanos.

Até agora já foram identificados 41 corpos, disse o delegado, que descreveu uma situação de "total tranquilidade" no presídio.

Ponce explicou que o governo oferecerá recompensas de até US$ 3.000 para quem fornecer informações sobre os vinte detentos que ainda estão desaparecidos.

No confronto sangrento, uma quadrilha ligada ao tráfico de drogas atacou outra rival, matando seus integrantes com facas, dentro de suas celas.



Dez presos ficaram feridos, além de um policial.

Este é o sexto massacre em uma prisão no Equador registrado desde fevereiro de 2021, elevando para quase 400 o número de prisioneiros mortos em tumultos violentos dentro das prisões.

A rebelião na prisão de Santo Domingo (a cerca de 80 km de Quito) ocorreu um mês após um semelhante na prisão de El Turi, na Cuenca andina, no qual morreram 20 pessoas.

Como medida para conter a violência, seis líderes de gangues foram transferidos de Bellavista para dois presídios de segurança máxima.

O governo do presidente Guillermo Lasso atribui os massacres ao confronto entre grupos ligados ao narcotráfico que disputam o território para distribuição de drogas dentro e fora dos presídios.

Para conter a situação, o governante implementou a transferência de presos perigosos, promoveu indultos para reduzir a população carcerária, destinou um orçamento às prisões e criou uma comissão de pacificação, que, em seu mais recente relatório, chamou as prisões equatorianas de "adegas para seres humanos e centros de tortura".