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Estado de Minas MOGADÍSCIO

Parlamentares iniciam votação para próximo presidente na Somália


15/05/2022 15:37

Os parlamentares da Somália começaram a votar neste domingo (15) para escolher um novo presidente entre 36 candidatos em uma votação adiada por mais de um ano neste país do Chifre da África.

A capital foi colocada sob um toque de recolher que proíbe qualquer atividade pública e todos os voos foram cancelados, informou uma fonte oficial à AFP.

"Estamos cansados de viver na incerteza... Espero que um presidente seja eleito e que esse circo termine hoje", disse Muktar Ali, morador de Mogadíscio, à AFP neste domingo.

O país enfrenta uma insurreição de radicais islâmicos do Al Shabaab e uma seca histórica.

Um recorde de 36 candidatos, entre eles apenas uma mulher, concorrem à eleição, que está sendo realizada sob forte segurança em um hangar do aeroporto da capital Mogadíscio.

O chefe de Estado cessante, Mohamed Abdullahi Mohamed, conhecido como "Farmajo", é candidato à reeleição, algo que nenhum de seus antecessores conseguiu.

Seu mandato terminou em fevereiro de 2021 sem um acordo entre os líderes regionais para organizar novas eleições.

Os legisladores decidiram então estender sua presidência por mais dois anos, mas isso provocou confrontos na capital que reacenderam memórias de décadas de guerra civil que devastaram o país a partir de 1991.

A Somália não realiza eleições diretas desde 1969, quando o ditador Siad Barré tomou o poder pela força.

Em vez disso, a eleição se dá por um complexo sistema indireto, no qual as assembleias dos estados e os delegados empossados por uma ampla gama de clãs e sub-clãs escolhem seus legisladores que, por sua vez, definem o presidente.

Para ser nomeado, um candidato precisa reunir o apoio de dois terços dos parlamentares. Se ninguém atingir esse mínimo, são organizadas até mais duas votações entre os candidatos mais votados.

As afiliações dos diferentes clãs são ajustadas dependendo de quem passa para um próximo turno, o que torna o resultado "notoriamente difícil de prever", explica Omar Mahmood, analista do International Crisis Group.


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