Jornal Estado de Minas

NOVA YORK

McDonald's anuncia saída total da Rússia 30 anos após a chegada ao país

O grupo americano de fast food McDonald's, que fechou seus estabelecimentos na Rússia no início de março, anunciou nesta segunda-feira (16) que vai abandonar o país e venderá todas as suas operações, em reação à invasão na Ucrânia.



Muitas empresas ocidentais se retiraram da Rússia desde a invasão da Ucrânia por Moscou em fevereiro.

Horas antes do anúncio do McDonald's, a fabricante de automóveis francesa Renault confirmou que vendeu seus ativos neste país para o Estado russo, na primeira nacionalização significativa desde a ofensiva de Moscou.

Presente na Rússia há mais de 30 anos, o McDonald's tem 850 restaurantes e 62.000 funcionários.

"Estamos comprometidos com nossa comunidade mundial e devemos permanecer inflexíveis em nossos valores", afirmou o CEO do grupo, Chris Kempczinski, em um comunicado da empresa.



"Respeitar nossos valores significa que não podemos manter" o McDonald's na Rússia", acrescentou.

"Depois de mais de 30 anos de operações no país, a McDonald's Corporation anuncia sua saída do mercado russo e inicia um processo para vender seus negócios na Rússia", anunciou.

"A crise humanitária causada pela guerra na Ucrânia e um ambiente operativo imprevisível levaram o McDonald's a concluir que a continuidade do negócio na Rússia já não é sustentável, nem coerente com os valores do McDonald's".

À venda

A empresa informou que está em negociações para vender "toda sua rede de restaurantes na Rússia a um comprador local".

A empresa acrescentou que, após a transação, os restaurantes não poderão utilizar seu nome, logotipo ou marca, nem vender os produtos do McDonald's.



A Rússia, onde o McDonald's administra diretamente mais de 80% de seus restaurantes que levam seu nome, representa 9% do faturamento total da empresa e 3% de seu lucro operacional.

A empresa anunciou o fechamento temporário de todos os seus estabelecimentos e a suspensão de suas operações no país em 8 de março, seguindo os passos de outras multinacionais que se afastaram de Moscou.

O McDonald's se comprometeu a continuar pagando seus empregados na Rússia até que a venda seja concluída e vai pedir garantias de que sejam contratados pelo futuro comprador.

A retirada deve custar ao grupo americano entre 1,2 a 1,4 bilhões de dólares.

"McDonald's e Rússia estão tão conectados que parece difícil imaginar um sem o outro", afirmou Kempczinski. "No entanto, infelizmente, é a situação que temos hoje", lamentou.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, determinou que suas tropas invadissem a Ucrânia em 24 de fevereiro. Vários países ocidentais impuseram sanções sem precedentes contra Moscou, o que motivou uma retirada de empresas estrangeiras como H&M, Starbucks e Ikea.

As autoridades disseram que estavam dispostas a nacionalizar ativos estrangeiros, como já ocorreu com a Renault, e que vão oferecer alternativas locais às marcas estrangeiras que deixaram o país.

Muitas minimizam as sanções ocidentais e garantem que a Rússia se adaptará e tomará medidas para compensar a desvalorização da moeda e perdas de receitas.

MCDONALD'S