Biden seguirá para uma fábrica do conglomerado sul-coreano Samsung em Pyeongtaek, onde se reunirá com o novo presidente do país, Yoon Suk-yeol, que tem uma postura pró-EUA.
O democrata de 79 anos, para quem o confronto com a China é a principal preocupação geopolítica dos próximos anos, faz sua primeira viagem à região como presidente. Depois da Coreia do Sul, ele viajará ao Japão no domingo.
O governo dos Estados Unidos considera que há uma "real possibilidade" de que a Coreia do Norte anuncie "um novo lançamento de míssil ou um teste nuclear" durante a viagem.
Apesar do forte surto de covid-19 na Coreia do Norte, "os preparativos para um teste nuclear de Pyongyang foram concluídos e só estão buscando o momento certo", disse o parlamentar sul-coreano Ha Tae-keung após ser informado pela agência de espionagem de Seul.
Nesta sexta-feira, o presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol, que tomou posse este mês, declarou que a visita de Biden é uma oportunidade para tornar "mais fortes e mais inclusivas" as relações entre Seul e Washington.
Horas antes da chegada de Biden, ele tuitou: "Uma montanha mostra seu caminho para o cume para aqueles que o buscam. Estou confiante de que a aliança entre a República da Coreia e os Estados Unidos buscando defender os valores da democracia e dos direitos humanos só crescerão no futuro".
Além das conversas com os governantes da Coreia do Sul e do Japão, Biden participará em Tóquio em uma reunião de cúpula do grupo Quad, que inclui a Austrália, Índia, Japão e Estados Unidos.
Os Estados Unidos querem "afirmar a imagem do que poderia ser o mundo se as democracias e as sociedades abertas se unissem para ditar as regras do jogo" ao redor da "liderança" americana, declarou à imprensa i conselheiro para Segurança Nacional, Jake Sullivan, a bordo do Air Force One.
"Acreditamos que a mensagem será ouvida em Pequim. Mas não é uma mensagem negativa e não está direcionada contra nenhum país", disse.
China e Taiwan, no entanto, estão nas mentes de todos.
No início deste mês, o diretor da CIA, William Burns, disse que Pequim estava observando "com atenção" a invasão russa da Ucrânia para aprender as lições dos "custos e consequências" de uma tomada de controle pela força de Taiwan.
Durante a primeira etapa da viagem, Biden visitará as tropas americanas e sul-coreanas, mas não fará a tradicional viagem presidencial à fronteira fortificada conhecida como DMZ entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte, informou a Casa Branca.
- Ameaça de teste nuclear -
O governo Biden declarou várias vezes, em vão, que estava disposto a dialogar com a Coreia do Norte, apesar de o país ter realizado vários testes de mísseis desde o início do ano.
Seul e Washington esperam que Pyongyang retome os testes nucleares de maneira iminente, depois de executar seis testes entre 2006 e 2017.
De acordo com o serviço de inteligência americano, existe uma "possibilidade real" de que a Coreia do Norte tente organizar uma "provocação" após a chegada de Biden a Seul.
Isto poderia significar "novos testes de mísseis, testes de míssil de longo alcance ou um teste nuclear, ou francamente ambos, nos dias anteriores, durante ou depois da viagem do presidente à região", afirmou Sullivan.
Ele negou que um evento do tipo seria visto como um revés diplomático para o presidente. "Isto ressaltaria uma das principais mensagens que enviamos durante a viagem, a de que os Estados Unidos estão presentes para seus aliados e sócios".
BASE AÉREA DE OSAN