O democrata de 79 anos, para quem o confronto com a China é a principal preocupação geopolítica dos próximos anos, continuará a viagem no domingo com uma visita ao Japão.
Depois de aterrissar na base aérea de Osan, Biden seguiu para uma fábrica de semicondutores do conglomerado sul-coreano Samsung em Pyeongtaek, onde foi recebido pelo novo presidente do país, Yoon Suk-yeol, um político que tem uma postura pró-EUA.
O governo dos Estados Unidos considera que há uma "real possibilidade" de que a Coreia do Norte anuncie "um novo lançamento de míssil ou um teste nuclear" durante a viagem, informou aos jornalistas o conselheiro para a Segurança Nacional americana, Jake Sullivan, a bordo do avião Air Force One.
Na fábrica da Samsung, empresa que tem quase 20.000 funcionários nos Estados Unidos e constrói atualmente uma unidade de semicondutores no Texas, Biden destacou que os chips são uma "maravilha da inovação", crucial para a economia mundial.
Os pequenos artefatos "possibilitam nossas vidas modernas" e são a "chave que nos impulsiona a uma nova era de desenvolvimento tecnológico da humanidade", acrescentou.
A Coreia do Sul é um grande produtor de semicondutores e fabrica quase 70% dos chips utilizados no mundo, recordou Yoon em seu discurso.
Além das conversas com os governantes da Coreia do Sul e do Japão, Biden participará em Tóquio em uma reunião de cúpula do grupo Quad, que inclui a Austrália, Índia, Japão e Estados Unidos.
Os Estados Unidos querem "afirmar a imagem do que poderia ser o mundo se as democracias e as sociedades abertas se unissem para ditar as regras do jogo" ao redor da "liderança" americana, declarou Sullivan.
"Acreditamos que a mensagem será ouvida em Pequim. Mas não é uma mensagem negativa e não está direcionada contra nenhum país", disse.
China e Taiwan, no entanto, estão nas mentes de todos.
No início deste mês, o diretor da CIA, William Burns, disse que Pequim estava observando "com atenção" a invasão russa da Ucrânia para aprender as lições dos "custos e consequências" de uma tomada de controle pela força de Taiwan.
Durante a primeira etapa da viagem, Biden visitará as tropas americanas e sul-coreanas, mas não fará a tradicional viagem presidencial à fronteira fortificada conhecida como DMZ entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte, informou a Casa Branca.
- Ameaça de teste nuclear -
O governo Biden declarou várias vezes, em vão, que estava disposto a dialogar com a Coreia do Norte, apesar de o país ter realizado vários testes de mísseis desde o início do ano.
Seul e Washington esperam que Pyongyang retome os testes nucleares de maneira iminente, depois de executar seis testes entre 2006 e 2017.
De acordo com o serviço de inteligência americano, existe uma "possibilidade real" de que a Coreia do Norte tente organizar uma "provocação" após a chegada de Biden a Seul.
Isto poderia significar "novos testes de mísseis, testes de míssil de longo alcance ou um teste nuclear, ou francamente ambos, nos dias anteriores, durante ou depois da viagem do presidente à região", afirmou Sullivan.
Ele negou que um evento do tipo seria visto como um revés diplomático para o presidente. "Isto ressaltaria uma das principais mensagens que enviamos durante a viagem, a de que os Estados Unidos estão presentes para seus aliados e sócios".