Charles citou os abusos históricos sofridos pelos povos indígenas nos internatos do Canadá e seus impactos duradouros na etapa final de uma visita de três dias ao Canadá com sua esposa, Camila.
Em Yellowknife, Charles disse a uma multidão antes de retornar ao Reino Unido que suas conversas com ex-alunos desses internatos e suas famílias nos últimos dias foram "profundamente comoventes".
"Em nome de minha esposa e de mim, quero reconhecer seu sofrimento e dizer o quanto nossos corações estão com eles (as vítimas) e suas famílias", expressou.
"Devemos ouvir a verdade das experiências vividas pelos povos indígenas. Devemos trabalhar para entender sua dor e sofrimento", ressaltou.
Em comunicado, a presidente do Conselho Nacional da etnia Metis, Cassidy Caron, disse que "significa muito que o príncipe Charles e sua família se dispuseram a ouvir e aprender, escutar as verdades dos povos indígenas da maneira como lembramos".
"É um importante passo em frente", admitiu.
Mas Caron acrescentou que ainda espera um pedido de desculpas "não apenas em nome da Igreja Anglicana pelo que aconteceu nessas instituições, mas também pelas falhas na relação entre a Coroa e as Primeiras Nações".
O governo de Ottawa já se desculpou pelo sofrimento causado aos indígenas. O mesmo fez o papa Francisco perante uma delegação indígena no mês passado sobre o papel da Igreja Católica no escândalo dos internatos, e ele o repetirá durante uma visita ao Canadá em julho.
Cerca de 150.000 crianças indígenas, mestiças e inuítes foram internadas à força do final do século XIX até a década de 1990 em 139 escolas residenciais em todo o Canadá, passando meses ou anos isoladas de suas famílias, idioma e cultura.
A descoberta, a partir de maio de 2021, de 1.300 túmulos de estudantes não identificados em várias antigas escolas chocou todo o Canadá.