De mãos dadas com um senador e ex-guerrilheiro, a esquerda colombiana caminha para liderar o primeiro turno das eleições presidenciais neste domingo (29/5), impulsionada pela erosão da direita no poder e pela agitação social que desencadeou uma onda de protestos em massa.
Leia Mais
Bolsonaro anuncia que vai ao Grande Recife na segunda-feiraKalil volta a exaltar apoio de Lula em vídeo sobre combate à fome e misériaPL se equilibra entre acordos locais e apoio a BolsonaroQuadro de Monalisa é atacado com bolo no Museu do Louvre, em Paris"Temos uma das democracias mais antigas deste hemisfério. Temos uma das democracias mais sólidas e se solidifica porque a cada quatro anos fazemos uma transição ordenada", declarou o presidente conservador no início do dia.
O candidato Gustavo Petro, de 62 anos, domina amplamente as intenções de voto em sua terceira tentativa de chegar à presidência, mas tudo indica que não terá margem suficiente para evitar a votação de 19 de junho.
Federico Gutiérrez (47), candidato de uma coalizão de direita e ligado ao partido governista segundo, e Rodolfo Hernández (77), um forasteiro milionário, emergem como seus prováveis rivais no segundo turno, de acordo com as pesquisas.
Se as expectativas forem cumpridas, a esquerda alcançará seu melhor resultado eleitoral neste país de 50 milhões de habitantes, historicamente governado por elites e assolado pelo narcotráfico e pela violência crescente, apesar do acordo de paz de 2016 com a guerrilha das FARC dissolvida.
Petro, que depôs as armas em 1990 após a desmobilização do M-19, grupo rebelde nacionalista do qual foi membro por 12 anos, encarna a ruptura. "Existem realmente duas opções: ou manter as coisas como estão na Colômbia ou mudar", diz ele.
Sobre o fim dessa campanha polarizada, Gutiérrez alinhou-se ao desejo de reformas: "Vou convocar todos os setores para transformar a Colômbia porque ela precisa de uma mudança, mas essa mudança tem que ser segura".
"Nos últimos quatro anos, a desigualdade e os níveis de pobreza, desacordo e descontentamento se aprofundaram, e Petro é quem sabe ler, interpretar e se conectar com o eleitorado", disse à AFP o analista acadêmico Daniel García-Peña.
Assim, a escolha se define entre a mudança radical proposta por Petro, a moderada proposta por Gutiérrez ou a alternativa de Hernández, que quer acabar com a corrupção que vê por toda parte.
Os três foram prefeitos de Bogotá, Medellín e Bucaramanga, respectivamente. A faixa é completada por três candidatos sem opção, entre eles o centrista Sergio Fajardo, segundo as pesquisas.
Nenhum dos favoritos defende a gestão do conservador Iván Duque, muito impopular para a gestão econômica da pandemia e que enfrentou protestos em massa em 2019 e 2021 liderados por jovens duramente reprimidos pela força pública.
Cerca de 39 milhões de colombianos são convocados voluntariamente às urnas entre 13h e 21h na hora local (10h e 18h no horário de Brasília).