O festival de cinema francês concedeu o prêmio de melhor atriz à iraniana Zar Amir Ebrahimi, protagonista do thriller "Holy Spider", do diretor dinamarquês de origem iraniana Alí Abbasi.
"Protestamos formalmente ao governo francês por meio do ministério das Relações Exteriores", declarou o ministro da Cultura iraniano, Mohammad Mehdi Esmaili, na televisão estatal.
"Consideraremos definitivamente este assunto em nossos diálogos culturais com esses governos", acrescentou, sem dar mais detalhes. O festival não está oficialmente vinculado ao governo francês.
A escolha de "Holy Spider" foi "errada e completamente política" e pretende "mostrar uma imagem obscura da sociedade iraniana", disse Esmaili.
A Organização Cinematográfica do Irã, dependente do Ministério da Cultura, disse na segunda-feira que o prêmio foi "tendencioso e político".
O filme conta a história real de um assassino em série que acabou com a vida de 16 prostitutas entre 2000 e 2001. O acusado, que recebeu o apoio de parte da população durante o julgamento, afirmou que queria retirar o vício das ruas de Mashhad (nordeste do Irã).
No filme, Amir Ebrahimi tenta desvendar o mistério desses assassinatos, mas enfrenta a masculinidade tóxica de uma sociedade patriarcal iraniana.
TEERÃ