A operação, com a colaboração do Ministério Público de Gênova (norte) e da direção antimáfia e antiterrorista, resultou na "detenção de vários cidadãos paquistaneses", anunciou a polícia em comunicado de imprensa.
As autoridades emitiram 14 mandados de prisão na Itália e no exterior por "associação criminosa para fins de terrorismo internacional" para pessoas "diretamente ligadas a Zaheer Hassan Mahmoud", disse a polícia.
O paquistanês reconheceu ser o autor em setembro de 2020 do ataque com machado contra um homem e uma mulher em frente à antiga sede da redação da revista Charlie Hebdo, convencido de que eram jornalistas do semanário satírico, que havia republicado caricaturas do profeta Maomé.
O atentado ocorreu no meio do julgamento do atentado realizado em janeiro de 2015 contra o jornal, por publicar as charges, consideradas blasfemas pelos islamistas.
"A investigação revelou a existência ativa, em várias províncias italianas e em alguns países europeus, de uma célula terrorista formada por um grupo de jovens paquistaneses, que tiveram contatos diretos com o autor do ataque ao Charlie Hebdo", explicou a polícia italiana.
A operação foi coordenada pela Europol e contou com participação dos serviços antiterroristas da Espanha e França, sob a coordenação do Centro Europeu Antiterrorista da Europol.
Segundo o jornal de Gênova Il Secolo XIX, ao menos oito ordens de prisão foram emitidas na Itália contra pessoas pertencentes a "uma rede de extremistas islâmicos (...) que planejam atentados".
O jornal explicou que a investigação começou na cidade portuária de Gênova graças a uma série "de escutas telefônicas, vigilância, cruzamento de dados com policiais de outros países", o que permitiu descobrir os outros membros da rede com ramificações na Itália, França e Espanha.
Quatro paquistaneses, de entre 17 e 21 anos, que mantinham contatos com Zaheer Hassan Mahmoud, foram processados na França e presos em dezembro de 2020.