"Estamos dando este primeiro passo da oferta pública, em uma primeira etapa, de 5% das ações do Banco da Venezuela, instituição que possui 15 milhões de clientes em um país de 30 milhões de habitantes, declarou a vice-presidente Delcy Rodríguez.
A oferta chegará progressivamente a 10%, completou Rodríguez durante um evento na sede do banco.
Maduro anunciou um plano para a abertura para capital privado de empresas públicas, que devia começar em 16 de maio, mas acabou adiado sem explicações.
No lançamento da oferta do Banco da Venezuela, Rodríguez disse que as próximas empresas a abrir capital serão a telefônica CANTV e outras das áreas de petróleo e gás.
Essa política representa uma virada em mais de 20 anos de governos socialistas de Maduro e seu antecessor, o falecido ex-presidente Hugo Chávez (1999-2013), marcados pela nacionalização e expropriação de empresas.
De fato, o Banco da Venezuela foi nacionalizado em 2009 por Chávez, cuja administração pagou 1,050 bilhão de dólares ao grupo financeiro espanhol Santander, que por sua vez o havia adquirido em 1994.
Organizações não governamentais como a Transparência Venezuela informaram desde o ano passado que o governo estava em negociações com empresas privadas para entregar empresas estatais, identificando casos ligados aos setores agroalimentar, turismo e manufatura.
Isso em meio ao colapso da indústria petrolífera, vital para a economia, e às limitações impostas pelas sanções financeiras dos Estados Unidos contra a Venezuela para tentar tirar Maduro do poder, embora 2021 tenha trazido uma tímida recuperação econômica após sete anos de recessão, em que o PIB caiu 80%.