A Organização Mundial da Saúde (OMS) comunicou neste sábado (18/6) que vai suprimir de suas estatísticas a distinção entre países endêmicos e não endêmicos quanto ao vírus monkeypox, conhecido como varíola dos macacos. Segundo a organização, a medida pretende facilitar uma resposta unificada ao vírus.
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"Estamos eliminando a distinção entre países endêmicos e não endêmicos, informando sobre os países juntos sempre que for possível, para refletir a resposta unificada necessária", diz o comunicado divulgado neste sábado no site da OMS.
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Varíola dos macacos: Saúde confirma sétimo caso no paísVaríola dos macacos: Ministério da Saúde confirma sexto caso Varíola dos macacos: Rio Grande do Sul confirma terceiro caso Minas investiga mais sete casos suspeitos de varíola dos macacosCientistas pressionam por mudança do nome varíola dos macacosSomente neste ano, entre os dias 1º de janeiro e 15 de junho, disse o órgão, 2.103 casos confirmados da varíola do macaco foram relatados em 42 países, assim como um caso provável e uma morte. A OMS, no entanto, considera que o número de casos seja ainda maior. "É provável que o número real de casos permaneça subestimado. Isso pode ocorrer em parte devido à falta de reconhecimento clínico precoce de uma doença infecciosa que se pensava ocorrer principalmente na África Ocidental e Central, uma apresentação clínica não grave para a maioria dos casos, vigilância limitada e falta de diagnósticos amplamente disponíveis", disse a organização.
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A varíola causada pelo vírus hMPXV (Human Monkeypox Virus, na sigla em inglês) causa uma doença mais branda do que a varíola smallpox, que foi erradicada na década de 80. Há duas cepas endêmicas da monkeypox em circulação no planeta atualmente. A cepa endêmica na África Ocidental, que tem uma taxa de letalidade de 1% a 3%, é a que tem sido responsável pelo surto atual em outros países. A outra cepa de monkeypox também endêmica em alguns países africanos, originária do Congo, é considerada mais perigosa com taxa de letalidade de até 10%, de acordo com a OMS.
Por enquanto, a OMS avalia a doença como de risco moderado, por ser a primeira vez que se dão focos de contágio em países não endêmicos, e muito distantes entre si. No dia 23 de junho, a organização deve se reunir para avaliar se o surto atual representa uma "emergência de saúde pública de importância internacional", escreveu Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em sua rede social. A pandemia do novo coronavírus, por exemplo, foi declarada emergência de saúde pública de importância internacional pela OMS em janeiro de 2020.
Transmissão
A varíola dos macacos é uma doença viral rara transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. O contato pode ser por abraço, beijo, massagens ou relações sexuais. A doença também é transmitida por secreções respiratórias e pelo contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies utilizadas pelo doente.
Não há tratamento específico, mas os quadros clínicos costumam ser leves, sendo necessários o cuidado e a observação das lesões. O maior risco de agravamento acontece, em geral, para pessoas imunossuprimidas com HIV/AIDS, leucemia, linfoma, metástase, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes e crianças com menos de 8 anos de idade.
Os primeiros sintomas podem ser febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, linfonodos inchados, calafrios ou cansaço. De um a três dias após o início dos sintomas, as pessoas desenvolvem lesões de pele, geralmente na boca, pés, peito, rosto e ou regiões genitais.
Para a prevenção, deve-se evitar o contato próximo com a pessoa doente até que todas as feridas tenham cicatrizado, assim como com qualquer material que tenha sido usado pelo infectado. Também é importante a higienização das mãos, lavando-as com água e sabão ou utilizando álcool gel.