"O grande desafio que todos os colombianos temos é a reconciliação (...) Em meio às diferenças, podemos construir uma nação que olha para frente, uma nação próspera", disse Márquez, de 40 anos, em entrevista à Rádio Caracol.
Ela chefiará, ao lado de Petro, o primeiro governo de esquerda da História de um país governado até agora por elites liberais e conservadoras.
A dupla derrotou com 50,5% dos votos a chapa do empreiteiro milionário e outsider Rodolfo Hernández e Marelen Castillo - também de origem afro -, que obteve 47,3%.
Dez por cento da população colombiana se identifica como afro-descendente.
"Esperamos juntos construir um país de paz, um país com dignidade, um país com oportunidades, com justiça", disse a ativista a seus adversários, que chegaram à campanha relativamente como desconhecidos e derrotaram os partidos tradicionais no primeiro turno.
Na reta final, a campanha se tornou suja, com vazamentos e golpes baixo de ambos os lados.
Agora, Petro e Márquez vão comandar um país polarizado e com reservas frente às ambiciosas transformações que propõem à esquerda, entre elas cessar a exploração de petróleo diante da crise climática e aumentar os impostos dos riscos para fortalecer o Estado.
"Que a diferença não seja uma razão para que continuar violentando-nos, para continuar assassinando-nos", disse Márquez, que em 2019 foi alvo de um atentado com rajadas de fuzil em seu departamento natal do Cauca (sudoeste), onde grupos armados disputam as rédeas do narcotráfico e do garimpo ilegal, apesar do desarmamento da guerrilha das Farc, em 2017.
"Chegou o momento de construir a paz, uma paz que implica justiça social", disse Márquez.
"Eu me vejo governando este país dos locais mais esquecidos (...) Das periferias", antecipou, acrescentando que Petro a encarregou de liderar um novo "ministério da igualdade", que cuidará dos direitos das mulheres, da juventude, dos povos étnicos e da população LGBTIQ+.