"Estamos em um processo de reconstrução do país. Qualquer construção começa com um bom alicerce. Esse plano que apresentamos hoje é um alicerce", disse Lula durante um evento em São Paulo com seu companheiro de chapa, Geraldo Alckmin, e líderes dos sete partidos que formam o movimento Vamos Juntos pelo Brasil.
A equipe de Lula, favorita nas pesquisas, com 48% das intenções de voto contra Bolsonaro (27%), divulgou um documento de 121 pontos com o objetivo de "recuperar o Brasil da destruição causada pelo governo" Bolsonaro. O compromisso mais urgente, segundo o plano de governo, é a "restauração das condições de vida da imensa maioria da população brasileira - os que mais sofrem com a crise, a fome e o alto custo de vida - tanto por meio de ações emergenciais quanto por meio de políticas estruturantes", abrindo espaço no orçamento.
O combate à inflação, que afeta os mais vulneráveis, será prioritário, destaca o documento, que critica o atual governo por "renunciar" a enfrentar a alta dos preços, de 11,73% em 12 meses até maio.
Contrário à privatização da Petrobras, promovida pelo governo atual, Lula disse ainda que Bolsonaro poderia "obrigar o presidente da Petrobras a reduzir o preço dos combustíveis, mas ele mantém o preço alto porque não quer brigar com os acionistas, que são os que ficam com o lucro que a Petrobras está tendo, que é exorbitante".
Criticada pela esquerda e direita, a política de preços da Petrobras segue as cotações internacionais do petróleo. O programa de Lula sugere mudá-la
O programa, por outro lado, destaca que "é imperativo defender a Amazônia da política de devastação posta em prática pelo atual governo. Combateremos o crime ambiental promovido por milícias, grileiros, madeireiros e qualquer organização econômica que aja ao arrepio da lei."
O texto promete a "proteção dos direitos e territórios dos povos indígenas, impedindo atividades predatórias", de cujo avanço ambientalistas e opositores acusam o governo Bolsonaro.
A equipe de Lula lançou uma plataforma virtual aberta a sugestões do público para complementar o programa, que exclui temas polêmicos, como o aborto, um direito fortemente limitado no Brasil.
O ex-presidente, que governou o Brasil entre 2003 e 2010, lançou em maio sua pré-campanha contra Bolsonaro, golpeado nas pesquisas por sua gestão da pandemia e uma conjuntura econômica degradada, principalmente, pela inflação.