"Conversei com o presidente eleito da Colômbia, Gustavo Petro, e em nome do povo venezuelano, o parabenizei por sua vitória. Conversamos sobre a disposição de restabelecer a normalidade nas fronteiras, diversos temas sobre a Paz e o futuro próspero de ambos os povos", tuitou Maduro.
A Venezuela rompeu relações diplomáticas com a Colômbia em 2019 depois que o governo do atual governante, Iván Duque, denunciou a reeleição de Maduro um ano antes como fraudulenta e reconheceu o opositor Juan Guaidó como presidente encarregado do país.
Petro, que durante a campanha anunciou que normalizaria as relações com Maduro, escreveu mais cedo no Twitter que se comunicou "com o governo venezuelano para abrir as fronteiras e restabelecer o pleno exercício dos direitos humanos na fronteira".
"Normalizar as relações não acontece da noite para o dia. É um processo que deve começar, antes de mais nada, a partir do bem-estar das pessoas, começando pela fronteira", detalhou o primeiro esquerdista a chegar à presidência da Colômbia, a qual assume em 7 de agosto, em entrevista à Caracol Televisión.
A fronteira Colômbia-Venezuela, que era a mais movimentada da América Latina, fechou em 2019 após o rompimento das relações, embora a passagem de veículos já estivesse restrita desde 2015. Desde então, o uso das chamadas "trilhas", passagens clandestinas na porosa fronteira de mais de 2.200 quilômetros, proliferou entre os habitantes dos dois países.
Os trânsitos de pedestres e o fluvial foram parcialmente retomados no final de 2021. A passagem de veículos e mercadorias continua fechada na cidade colombiana de Cúcuta, onde estão localizadas as principais pontes fronteiriças.
"As fronteiras não estão fechadas, as fronteiras estão abertas", disse Duque à imprensa após ser questionado sobre o anúncio de seu sucessor.
A fronteira também foi palco de múltiplos ataques de grupos armados irregulares contra as forças públicas colombianas e venezuelanas e de um ataque com rajadas de fuzil contra um helicóptero em que Duque viajava, em junho de 2021.
Duque tem acusado repetidamente Maduro de abrigar guerrilheiros colombianos e traficantes de drogas em seu território.
"Que sejam devolvidos, que sejam capturados e extraditados para que mostrem à Colômbia que há disposição para colaborar com nosso país", acrescentou o presidente conservador.
Caracas nega essas acusações, enquanto acusa o governo do presidente em fim de mandato de enviar paramilitares para desestabilizar e incentivar planos de assassinato na Venezuela.
A Colômbia abriga dois milhões dos seis milhões de venezuelanos que migraram devido à crise em seu país.
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