O ator, outrora considerado o "Paizão da América", foi acusado de comportamento predatório por dezenas de mulheres em denúncias que datam de décadas atrás.
Mas depois que uma condenação criminal contra ele foi anulada por um detalhe técnico, a decisão civil de terça-feira na Califórnia constitui no momento sua única demonstração legal de culpa.
Apesar da decisão, um porta-voz do artista afirmou que o caso foi uma "vitória impressionante" para Cosby e que ele vai recorrer.
"Ontem, o ator e comediante Bill Cosby obteve uma impressionante vitória do júri em um julgamento civil apresentado por Judy Huth", disse o porta-voz Andrew Wyatt, em um comunicado publicado pela Variety.
"Os jurados decidiram conceder a Judy Huth US$ 500 mil, mas votaram por 9 a 3 para não conceder danos punitivos à Sra. Huth", acrescentou.
Durante duas semanas de audiências no julgamento civil, às quais Cosby não compareceu, o júri ouviu como o comediante conheceu Huth, então com 16 anos, em um set de filmagens nos anos 1970, como ele deu a ela e uma amiga de 17 anos grandes quantidades de álcool e as levou para a Mansão Playboy, onde, segundo a autora, ele a estuprou.
"Dentro de algumas semanas, a advogada (de Cosby), Jennifer Bonjean, (...) vai apelar do veredicto de US$ 500 mil, o que significa que a Sra. Huth nunca receberá nenhum pagamento do Sr. Cosby", disse Wyatt.
Gloria Allred, advogada de Huth, agora com 64 anos, afirmou que a indenização "mostra" que o júri "acreditou" em sua cliente.
Cosby, agora com 84 anos, foi uma figura distinta na cultura popular americana do século XX, alcançando sucesso como o obstetra e pai afável Cliff Huxtable em "The Cosby Show", que foi ao ar de 1984 a 1992.
Mas quase 60 mulheres, muitas delas aspirantes a atrizes e modelos, chamaram Cosby publicamente de um predador calculista em série que por quatro décadas perseguiu e dopou suas vítimas com sedativos e álcool para estuprá-las.