Após os ataques de 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos enviaram para Guantánamo centenas de homens suspeitos de ligação com a Al Qaeda, descritos como "combatentes inimigos" e privados de direitos.
Asadullah Haroon foi preso em 2006 na fronteira afegã-paquistanesa. Os americanos o acusaram de ser comandante do movimento islâmico Hezb i Islami e mensageiro da Al Qaeda.
"Minha primeira pergunta é: com base em quais provas fui detido em Guantánamo?", disse ele a repórteres na pista do aeroporto de Cabul. Um pouco antes, as autoridades afegãs publicaram uma foto dele em um avião particular vindo do Catar na companhia de altos funcionários do Talibã. "Minha família e amigos sofreram", acrescentou Haroon.
Vários pôsteres gigantes de Haroon foram pendurados em postes de luz ao longo da estrada principal que liga o centro da cidade ao aeroporto.
A prisão de Guantánamo tornou-se famosa por seus métodos brutais de interrogatório, amplamente descritos como tortura.
O pior "não foi o abuso físico, mas o estresse mental que aumentava dia após dia", explicou Haroon.
Seus parentes vivem com status de refugiados em Peshawar, no oeste do Paquistão, na fronteira com o Afeganistão. Eles fugiram após a invasão de seu país pela União Soviética em 1979.
"É como (o festival muçulmano do) Eid em nossa casa, como um casamento. São momentos cheios de emoção para nós", disse seu irmão, Roman Khan, à AFP na sexta-feira, quando sua família soube que ele havia sido libertado.
Apenas um detido afegão permanece em Guantánamo, Muhammad Rahim, detido lá desde 2008 e acusado pela CIA de ser próximo do ex-chefe da Al Qaeda Osama bin Laden.
CABUL