Em entrevista ao site Cambio, o primeiro esquerdista a chegar ao poder na Colômbia propôs "sujeitar a extradição ao descumprimento" dos "processos de desmantelamento pacífico do narcotráfico". A medida vai depender "de uma negociação com os Estados Unidos e talvez eles não queiram. Ou queiram", acrescentou o senador e ex-guerrilheiro.
A extradição "é um tratado bilateral e temos duas partes, como todo casamento", enfatizou o presidente, que assumirá as rédeas do principal aliado dos Estados Unidos na região em 7 de agosto.
Ambos os países trabalham juntos na luta fracassada contra o narcotráfico, do qual Petro tem sido um crítico ferrenho. Como parte de sua ambiciosa agenda para transformar um país com uma enorme lacuna social e atormentado pela violência, Petro anunciou uma "política de submissão coletiva à justiça" para traficantes de drogas. Até o momento, não deu mais detalhes sobre essa proposta.
A extradição tem sido uma das principais ferramentas para punir os chefões da cocaína colombianos como Otoniel, ex-chefe da maior quadrilha de traficantes do país entregue aos Estados Unidos em maio.
Dois dias depois de vencer as eleições, Petro conversou por telefone com o presidente dos EUA, Joe Biden, que prometeu, segundo ele, "uma relação mais igualitária". Por sua vez, Biden assegurou que espera "continuar fortalecendo a cooperação bilateral".
Após várias décadas de luta contra os cultivos de coca, a Colômbia continua sendo o maior produtor de cocaína do mundo e os Estados Unidos o principal consumidor dessa droga.
BOGOTÁ