"Acredito que os aliados deixarão claro em Madri que consideram a Rússia como a maior e mais direta ameaça para a nossa segurança", declarou o norueguês Jens Stoltenberg ao apresentar a agenda da cúpula.
"Esta cúpula será um ponto de virada e várias decisões importantes serão tomadas", disse.
"Vamos fortalecer nossos grupamentos táticos na parte leste da Aliança, até o nível de brigada", informou.
Oito grupamentos táticos já foram criados. Eles estão sediados na Lituânia, na Estônia, na Letônia, na Polônia, na Romênia, na Hungria, na Eslováquia e na Bulgária. E serão reforçados por unidades "pré-designadas" em outros países da Aliança chamadas a intervir nesses países onde armas pesadas terão sido pré-posicionadas, explicou.
A Aliança também "transformará sua Força de Resposta", de 40.000 soldados, e aumentará o número de seu contingente de alta prontidão "bem acima" de 300.000 militares, acrescentou.
"Juntas, essas medidas constituem a maior reformulação de nossa defesa e presença coletiva desde a Guerra Fria. E, para isso, devemos investir mais", alertou Jens Stoltenberg.
O secretário-geral não informou, porém, detalhes sobre a origem das forças adicionais ou como poderão ser mobilizadas.
Os aliados da Otan se comprometeram a dedicar 2% de seu PIB aos gastos com defesa em 2024, mas apenas nove dos 30 membros atingiram essa meta em 2022 (Grécia, Estados Unidos, Polônia, Lituânia, Estônia, Reino Unido, Letônia, Croácia e Eslováquia).
A França investe 1,90%, a Itália 1,54%, a Alemanha 1,44% e a Espanha, país anfitrião da cúpula, é o penúltimo da lista com 1,01%, à frente do Luxemburgo (0,58%), segundo dados publicados nesta segunda-feira pela Otan.
"Para responder à ameaça, esta meta de 2% torna-se um piso e não mais um teto", anunciou Jens Stoltenberg.
"Dezenove aliados têm planos claros para atingir a meta até 2024 e outros cinco assumiram compromissos concretos", disse ele.