O líder ucraniano também pediu aos membros do Conselho, incluindo a Rússia, que guardassem um minuto de silêncio pelos mortos na guerra.
"Sugiro que as Nações Unidas enviem um representante especial, ou o secretário-geral da ONU, ou uma comissão plenipotenciária ao local deste ato terrorista para que a ONU possa colher informações de forma independente e ver que isso realmente foi um ataque com mísseis russos", declarou Zelensky sobre o ataque de segunda-feira, no qual morreram 18 pessoas.
Um tanto surpresos, os 15 membros do Conselho de Segurança e as outras pessonas presentes na sala fizeram silêncio, segundo imagens difundidas pelo canal das Nações Unidas.
O embaixador adjunto russo, Dmitry Polyanskiy, também ficou de pé durante o minuto de silêncio.
Em seguida, o líder ucraniano pediu à ONU que definisse legalmente o termo "Estado terrorista", argumentando que a invasão de Moscou ao seu país, em 24 de fevereiro, mostra a "necessidade urgente de estabelecê-lo, literalmente, no nível das Nações Unidas e punir qualquer Estado terrorista".
Além de 18 mortos, o ataque em Kremenchuk deixou dezenas de feridos e desaparecidos, informaram autoridades.
O exército russo afirmou nesta terça-feira que o ataque havia destruído um depósito de armas próximo e a explosão provocou um incêndio em centro comercial, que segundo Moscou "não estava aberto" naquele momento.
Polyanskiy, por sua vez, disse que "se um míssil tivesse atingido o centro comercial, não teria sobrado nada", e acusou o Ocidente de "apenas prolongar a agonia" do governo ucraniano ao entregar armas a Kiev.
Os moradores, por outro lado, contaram à AFP que sabiam que não havia armas armazenadas na região.
Antes da fala de Zelensky, a vice-secretária-geral do órgão para Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo, disse ao Conselho de Segurança que a ONU já registrou mais de 10.600 vítimas na Ucrânia, incluindo 4.731 mortos.
Antes dessa sessão de emergência do Conselho, França, Irlanda, Noruega, Reino Unido, Estados Unidos e Albânia, junto com o embaixador da Ucrânia na ONU, condenaram "firmemente a intensificação dos ataques com mísseis russos em áreas residenciais".
"Exigimos o fim imediato das hostilidades russas contra a Ucrânia, de todos os ataques contra civis e infraestrutura civil, e a retirada completa e imediata das forças e equipes militares russos", solicitaram os países em sua declaração conjunta.