Segundo o sindicato USO, um dos que convocou a paralisação, 54 voos da companhia irlandesa tinham sido cancelados até as 20h locais (15h de Brasília), enquanto mais de 300 registraram atrasos em suas partidas ou chegadas.
"A Ryanair considerou como SSMM 100% dos voos programados para hoje na Espanha. No entanto, desconhecendo o critério a seguir pela companhia, não convocou em alguns casos tripulações completas para operá-los", explicou em um comunicado o sindicato a respeito dos cancelamentos.
Esta segunda parte da greve na Espanha - onde trabalham cerca de 1.900 tripulantes da empresa - deve se estender até 2 de julho.
Para a Ryanair, no entanto, as interrupções de seus voos nesta quinta-feira "foram mínimas" até agora e só afetaram 3% de seus voos na Espanha, informou em breve nota.
"No entanto, é um tema preocupante que estes sindicatos tenham minado deliberadamente a resolução de serviços mínimos do Ministério dos Transportes espanhol ao dar instruções à tripulação para que não se apresentasse nos voos protegidos", acrescentou.
Os trabalhadores, que reivindicam melhores condições de trabalho, iniciaram sua mobilização na semana passada com três dias de greve - em 24, 25 e 26 de junho - nos quais 129 voos foram cancelados na Espanha, segundo o USO.
O Ministério dos Transportes espanhol impôs serviços mínimos de até 82% dos voos a certos destinos, com a ideia de "compatibilizar o interesse geral dos cidadãos e em particular suas necessidades de mobilidade, com o direito à greve deste coletivo de trabalhadores".
A Ryanair é a companhia aérea que transporta mais passageiros no mercado espanhol, com uma oferta de mais de 650 rotas em 27 aeroportos, segundo dados da própria companhia.
A primeira parte da greve coincidiu com a paralisação de tripulantes da empresa irlandesa em Portugal, Bélgica, Itália e França para exigir o respeito ao direito trabalhista e pedir aumento de salários.
A partir desta sexta, a greve dos funcionários da companhia vai coincidir na Espanha com a dos trabalhadores da Easyjet. Nesta empresa, seus cerca 450 tripulantes de cabine foram convocados a parar três fins de semana em julho para lutar pela equiparação de suas condições trabalhistas com as do restante dos colegas na Europa.