O procurador-geral de Paris, Rémy Heitz, "apresentou hoje um recurso de anulação", anunciou em nota.
O juízo de instrução se baseou nos princípios do respeito à vida privada e familiar e do processo igualitário, previstos no Convênio Europeu de Direitos Humanos, para justificar sua opinião desfavorável à extradição.
Os oito homens e duas mulheres de entre 61 e 78 anos se refugiram na França nos anos 1980 e 1990, graças ao então presidente François Miterrand, que prometeu não extraditá-los se não abandonassem a luta armada.
No entanto, em 2021, o atual presidente centrista, Emmanuel Macron, decidiu abandonar a promessa do socialista e favorecer os pedidos de extradição, renovados pelas autoridades italianas.
Após a decisão judicial, Macron expressou sua intenção de verificar a possibilidade de um recurso de anulação ou "se há outras vias judiciais que permitam avançar". "Estas pessoas foram implicadas em crimes de sangue e merecem ser julgadas em solo italiano".
Os "Anos de Chumbo", chamados assim pelo uso de balas, marcaram a história da Itália especialmente pelas ações das Brigadas Vermelhas, entre elas, o sequestro e assassinato do então ex-primeiro ministro Aldo Moro em 1978.
Esta época de violentas lutas sociais, marcada por ações de grupos revolucionários de ultradireita e da extrema-esquerda, teve um saldo de mais de 360 mortos, milhares de feridos, 10.000 detidos e 5.000 condenações.
PARIS