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Estado de Minas MANÁGUA

Partido de Ortega 'toma' municípios opositores e substitui prefeitos na Nicarágua


04/07/2022 20:53

Cinco prefeituras administradas pela oposição foram "tomadas de forma arbitrária" por vereadores do partido do presidente Daniel Ortega, que nomearam novos prefeitos, governistas, denunciaram os afetados, a quatro meses das eleições municipais.

Os municípios eram liderados por membros do opositor Cidadãos pela Liberdade (CxL, direita), partido que teve sua figura jurídica retirada pelo governo em 2021, situação que foi aproveitada por vereadores da ex-guerrilheira Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN, esquerda).

Os governos são os dos municípios de El Cuá, San Sebastián de Yali e Santa María de Pantasma, jurisdição de Jinotega; Murra, no departamento de Nueva Segovia; e El Almendro, em Río San Juan. Até o momento, não há pronunciamentos oficiais.

- Sandinistas ocupam cargos -

"Os gabinetes da prefeitura estão tomados e os vereadores da FSLN já têm seu prefeito e vice-prefeito. Os cargos foram divididos entre eles", informou à AFP Noel Moreno, legislador destituído de San Sebastián de Yali. A medida foi executada sob a alegação de que "não temos partido nem personalidade jurídica", disse Moreno.

A tomada das prefeituras ocorreu entre sábado e segunda-feira, com o destacamento de forças antimotim sob ordens de dirigentes da FSLN, que içaram a bandeira do partido nos locais ocupados, segundo os denunciantes.

"A quatro meses das eleições municipais (6 de novembro), o regime toma de maneira arbitrária quatro prefeituras opositoras", denunciou o órgão de observação eleitoral Urnas Abertas, em relação ao número de governos locais tomados hoje pelo governismo. A ONG, integrada por especialistas em temas eleitorais, denunciou "a ausência de condições democráticas" antes das eleições municipais de 6 de novembro.

Do exílio, a presidente do CxL, Kitty Monterrey, "condenou energicamente" a ocupação dos governos locais e exigiu "respeito à integridade física" dos ex-prefeitos e trabalhadores.

Em 2017, o CxL venceu as eleições em cinco dos 18 municípios que estavam em poder da oposição, enquanto 135 foram para a FSLN de Ortega.

Em agosto de 2021, o CxL, que liderava uma aliança opositora para competir com Ortega nas eleições gerais, foi inabilitado pelo tribunal eleitoral e os pré-candidatos do partido foram presos.

- 'Via eleitoral' -

Ortega, no poder desde 2007, foi reeleito em novembro para um quarto mandato consecutivo com a maioria de seus rivais encarcerados ou exilados, em meio a questionamentos e sanções internacionais.

Kitty Monterrey considerou que o governo "confirma que não tem nenhum interesse em retomar a via eleitoral", o que, segundo ela, "continua sendo fundamental para que a Nicarágua saia desta crise profunda".


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