Moradores locais disseram ter ouvido grandes explosões na noite de ontem perto do presídio de segurança média de Kuje, nos arredores de Abuja.
O ministro da Defesa, Bashir Magashi, disse a repórteres que é "muito provável" que homens do grupo Boko Haram tenham liderado o ataque. Magashi observou que os 64 jihadistas presos em Kuje conseguiram escapar.
"Nenhum deles se encontra na prisão", afirmou.
Entre eles estão membros do Ansaru, um grupo jihadista afiliado à Al Qaeda, incluindo seu líder, Khalid Barnawi, condenado em 2017.
"Por enquanto, recuperamos cerca de 300 dos 600 que saíram das celas da prisão", declarou o secretário do Ministério do Interior, Shuaibu Belgore, à imprensa. Alguns dos detentos se entregaram, e outros foram capturados.
Um segurança foi morto no ataque, informou o porta-voz do serviço penitenciário Abubakar Umar.
De acordo com Umar, estão sendo feitas tentativas para determinar o número exato de presos ainda foragidos.
Pela manhã, forças de segurança transferiram para a prisão cerca de vinte detentos capturados, confirmou um correspondente da AFP no local.
"Ouvimos tiros na rua. Achamos que eram ladrões", contou um morador. "A primeira explosão ocorreu após tiros. Depois houve uma segunda e uma terceira", acrescentou.
- Emboscada -
Este é o mais recente de uma longa série deste tipo na Nigéria, o país mais populoso da África, com 215 milhões de habitantes, onde as prisões costumam sofrer de excesso de lotação.
No ano passado, mais de 1.800 detentos fugiram, depois que homens fortemente armados bombardearam uma prisão no sudeste do país.
Poucas horas antes do ataque à prisão de Kuje, homens armados fizeram uma emboscada para um comboio dos serviços de segurança do presidente Muhammadu Buhari perto de sua cidade natal, Daura, no noroeste.
O presidente não estava presente neste ataque que deixou dois agentes levemente feridos. A identidade dos autores é desconhecida até o momento.
Buhari deve viajar para esta localidade no fim de semana, por ocasião de um feriado muçulmano.
As forças de segurança se encontram mobilizadas em várias frentes no país. No nordeste, uma insurreição jihadista causa estragos desde 2009; no noroeste e no centro, operam várias gangues criminosas; e, no sudeste, há mobilizações separatistas.