A HRA Pharma disse em comunicado que busca eliminar a obrigação de apresentar receita médica para comprar Opill, uma pílula anticoncepcional de progesterona; também conhecida como a minipílula ou pílula sem estrogênio.
A solicitação chega em meio a uma onda de restrições e proibições do aborto em nível federal após a sentença do tribunal máximo.
"Essa solicitação histórica marca um momento pioneiro no acesso aos anticoncepcionais e à igualdade reprodutiva nos Estados Unidos", disse Frederique Welgryn, diretor de operações estratégicas e inovação da HRA Pharma, em um comunicado.
As principais organizações médicas, como o Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG), a Associação Médica Americana e a Academia Americana de Médicos da Família apoiam os anticoncepcionais de venda livre.
Consideram que é um mecanismo que contribui para a redução das barreiras de acesso à contracepção.
A venda livre é uma prática comum em vários países, entre eles Brasil, Grécia, México, Portugal, Rússia, Coreia do Sul e Turquia.
Quase um terço das mulheres americanas que tentaram obter anticoncepcionais com receita informaram dificuldades de acesso, como indica um estudo de 2016.
Segundo o ACOG, "os dados confirmam que os métodos hormonais com progesterona são geralmente seguros e não representam nenhum risco ou risco mínimo de tromboembolismo venoso (TEV)", também conhecido como coágulos de sangue.
"Vários estudos comprovam que as mulheres são capazes de usar ferramentas de autoavaliação para determinar sua confiabilidade para o uso de anticoncepcionais hormonais", acrescenta a organização, em um parecer sobre o assunto publicado em seu site.
Agora, a Administração de Alimentos e Medicamentos deve revisar a solicitação, um processo que pode demorar um ano para ser concluído.
WASHINGTON