Nathan Anderson, fundador do fundo Hindenburg Research, confirmou à AFP que sua empresa adquiriu uma participação "significativa, mas inferior a 5% do Twitter", limite a partir do qual um investidor deve informar a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC), autoridade reguladora da bolsa americana.
Por volta das 17H20 GMT (14h20 de Brasília), a ação do Twitter operava em alta de 8,10%, a 36,82 dólares.
Anderson indicou que esta é uma novidade para o Hindenburg, que até agora nunca havia tornado pública uma posição como comprador, já que seu perfil de investidor é acima de tudo apostas contra títulos no mercado.
Para o financista, o Twitter tem uma "documentação sólida" em seu processo judicial que apresentou na terça-feira em Delaware (leste dos EUA), com vistas a levar o magnata Elon Musk a honrar seu compromisso de compra da rede social.
Executivos do Twitter criticaram Musk por desistir da aquisição por motivos enganosos.
Elon Musk destacou que o Twitter minimizou o número de robôs e spams (mensagens indesejadas) na rede social e não teria lhe fornecido dados suficientes sobre contas falsas, o que o Twitter nega.
"Sobre os robôs", aquelas contas automatizadas que não são consideradas como usuários individuais, "é talvez o pior pretexto que Musk poderia ter escolhido para encerrar a transação, sabendo que era claramente a razão pela qual ele se compromete inicialmente", segundo Anderson.
Apenas alguns dias depois de fazer a oferta de compra, em meados de abril, Musk também havia garantido que, se a transação fosse finalizada, ele "derrotaria os spams" ou os combateria "até o fim".
Para Nathan Anderson, o Twitter tem mais força do que seu adversário nesse processo "conhecendo a potencial ameaça ao império de Musk no caso de uma vitória clara" da rede social.
"O mercado vê essa ação na Justiça como 'muito sólida'", disse Dan Ives, analista da Wedbush Securities.
A ação inclui agora uma possibilidade significativa de que Musk deve, no final, concordar em pagar muito mais do que um bilhão de dólares", valor correspondente à indenização prevista no acordo inicial "e ainda a possibilidade de que ele (Musk) deve comprar a empresa pelo preço esperado", explicou o analista.
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